terça-feira, 2 de abril de 2013

Estudantes de Jaraguá do Sul criam picolés à base de plantas medicinais

29/03/2013
Estudantes do 9º ano da Escola Antônio Estanislau Ayroso desenvolveram o projeto durante um ano
Foto: Germano Rorato / Agencia RBS

Daiane Zanghelini - daiane.vieira@an.com.br


Quem disse que tudo o que é gostoso não faz bem para a saúde? Um projeto desenvolvido por três estudantes do 9º ano da Escola Municipal Antônio Estanislau Ayroso, no bairro Jaraguá 99, em Jaraguá do Sul, mostra que uma alimentação saudável não só faz bem para o organismo, mas também pode agradar ao paladar.

Elas criaram picolés com receitas à base de plantas medicinais, frutas, verduras e legumes, e faturaram o primeiro lugar na Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace), que aconteceu em São Paulo entre os dias 12 e 14. O evento organizado pela Universidade de São Paulo reuniu mais de 300 projetos de iniciação científica de todo o país.

A alunas Jeniffer Stefani Teske, 14 anos, Gabrielle Demarchi Kemczynski, 13, e Francielly Eduarda Pinto, 14, desenvolveram o projeto "Saúde no Palito" por cerca de um ano, sob a orientação do professor de ciências Jean Mary Facchini e co-orientação da professora de artes Regina Celi Ruthes Schelbauer. A produção de picolés saudáveis com alimentos que as crianças geralmente não gostam de comer agradou tanto que a invenção ficou em primeiro lugar na Feira de Iniciação Científica da escola, em agosto do ano passado, e foi selecionada para a Febrace.

As meninas criaram dez tipos de picolés com propriedades medicinais e cada um foi experimentado por alunos e estudantes durante a pesquisa de campo, que teve a participação de 150 pessoas, entre alunos e três adultos. O picolé analgésico, feito com beterraba, hortelã e melado, foi o que os estudantes mais gostaram, mas também tinha o calmante, feito à base de erva-doce, mel e leite, e o antigripal, à base de guaco, agrião e mel.

Na Febrace, o trabalho foi avaliado por especialistas na área da saúde. Para dar a nota, os jurados avaliaram quesitos como criatividade, rigor científico e inovação, e o projeto foi considerado o mais criativo entre todos os apresentados.

— Não esperávamos ganhar. Até pensamos que teríamos chance de conseguir o terceiro lugar, mas não o primeiro, pois os projetos eram muito bons —, conta Francielly, orgulhosa.

Esta foi a primeira vez que a escola é campeã na feira. No ano passado, um trabalho da instituição foi destaque na área da saúde no mesmo evento.

Grupo deve se apresentar em outros eventos nacionais

O professor Jean lembra que apenas dois dos 330 projetos apresentados na feira foram desenvolvidos por estudantes do ensino fundamental.

— O trabalho delas competiu, na maioria, com projetos de alunos do ensino médio e técnico. É um orgulho para a escola e também uma motivação para os outros estudantes —, comenta. 

O projeto "Saúde no Palito" foi patrocinado pela empresa jaraguaense Duas Rodas, fabricante de aromas para a indústria alimentícia, e a Secretaria Municipal de Educação ajudou com os gastos dos professores.

As estudantes foram convidadas a expor o projeto na Mostra Técnica do Rio Grande do Sul, em outubro, e na Feira Escola de Açaí, em Barcarena (PA), em novembro. Elas afirmam que o projeto ajudou não só no aprendizado, mas também a definir a escolha do futuro profissional: as três amigas pretendem seguir carreira na área de engenharia e, assim, continuar desvendando os mistérios da ciência.

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