“A floresta precede os povos
E o deserto os segue” (Chateaubriand)
[EcoDebate] São Paulo é o maior estado do Brasil, tanto em termos populacionais, quanto econômico. Mas o crescimento das atividades antrópicas teve como consequência a destruição das matas e da biodiversidade do estado.
No início do século XIX a cobertura florestal do Estado de São Paulo correspondia a 81,80% de seu território, equivalente a 20.450.000 hectares. Segundo Mauro Antônio Moraes Victor et. al. (2005) – referência essencial desse artigo – os tipos de formação florestal existentes nessa época eram:
1) A floresta latifoliada tropical úmida de encosta, cobrindo toda a vertente atlântica das Serras do Mar e Paranapiacaba. Trata-se de uma floresta heterogênea, muito rica em espécies e de aspecto exuberante. Devido à ocorrência de alto índice de pluviosidade nessas áreas, o ambiente é constantemente úmido, favorecendo o desenvolvimento de musgos que recobrem os troncos das árvores.
2) A mata das araucárias: cobrindo uma reduzida parcela do território paulista, a vertente atlântica sul da Serra de Paranapiacaba, sendo considerada o último prolongamento dos pinheirais do Paraná na direção norte.
3) A floresta mista de araucárias e podocarpus (pinheiro bravo) também cobrindo uma diminuta parcela do território, justamente a região limítrofe de Campos do Jordão, com o Estado de Minas Gerais.
4) A floresta subtropical de altitude: também como as duas anteriores, pouco expressiva em termos de área, recobrindo, originalmente, as vertentes das serras da Mantiqueira e da Bocaina, em direção ao planalto paulista, sempre nas altitudes superiores a 900 metros.
5) A floresta latifoliada tropical é a mais expressiva do Estado, tanto pela sua extensão geográfica, como pelo seu porte e aspecto fisionômico. Iniciando-se praticamente na vertente interior das Serras do Mar e Paranapiacaba, avança pelo primeiro e segundo planalto paulista, envolvendo as bacias hidrográficas entre o Rio Grande, ao norte e o Rio Paranapanema, a sudoeste. Interrompida apenas pelas áreas de campo, cerrado, cerradão e pela floresta latifoliada tropical semidecídua, volta a ressurgir com impressionante vigor, nas divisas do Estado de Mato Grosso, na bacia do Rio Paraná já no terceiro planalto. As espécies florestais apresentam porte imponente, com alturas superiores a 30 metros, troncos de grandes diâmetros, porém não recobertos de musgos, o que de certa forma evidencia baixo índice pluviométrico em relação à anterior. Aí ocorrem a peroba, pau d’alho, figueira branca, jequitibá, pau marfim, jatobá, jacarandá paulista, caviúna, cabreuva, açoita-cavalo, ipés, braúna e vinhático.
6) A floresta latifoliada tropical semidecídua ocorre na depressão do Vale do Paraíba, e no 3º planalto paulista abrangendo as bacias dos Rios do Peixe, Aguapeí, Médio e Alto Tietê, São José dos Dourados e Turvo, notabilizando-se também pela sua extensão físico-territorial.
O processo de devastação da cobertura florestal, que ficou limitado às áreas do litoral e às cercanias de São Paulo de Piratininga durante o Brasil Colônia, se expandiu após a independência do Brasil. Foi com o surto cafeeiro que a devastação avançou em grande escala, com uma alta correlação entre o caminhamento do café em direção ao interior paulista e o avanço das derrubadas. O café era implementado em terras de mata, em busca do “humus rico do solo ou do bafo do sertão” conforme a expressão da época. Quando a lavoura exauria, novas áreas de matas eram sacrificadas para a implantação dos novos cafezais. O café entrou em São Paulo pelo Vale do Paraíba, proveniente do Rio de Janeiro devastado. A entrada aconteceu em 1790, mas foi a partir de 1850 que este processo ganha corpo.
Na segunda metade do século XIX os cafezais avançam derrubando as florestas das regiões Norte e Central. O Vale do Paraíba, em 1854, produzira 77% do total do café do Estado, mas passa a produzir 20% do total, em 1886, devido à degradação dos solos.
As lavouras progridem a passos largos e os fazendeiros de ltu, Jundiaí e Campinas adquirem terras novas, entrando pelo sertão através do rio Tietê e sua rede de afluentes. Usando o vale do rio Mogi-Guaçu e Pardo, aproximam-se das terras altas e roxas próximas a Minas Gerais, onde o café encontra condições ideais de produtividade. Em 1870 funda-se Ribeirão Preto, em 1871 Piraju, em 1879 São José do Rio Preto. Por essa mesma época ainda, na esteira do café, parecem as cidades de Campos Novos Paulista, São Manuel e Bauru.
A safra de café de 1886 acusa a marca de cerca de 10.375.000 arrobas e a área desmatada no Estado já atinge 2.800.000 hectares, com taxas anuais de desmatamento avaliadas em 72.000 hectares. É a exuberante floresta latifoliada tropical e em seguida o cerradão, que tombam para dar lugar às novas roças e para alimentar as ferrovias e as caldeiras das locomotivas a vapor que começam a aparecer a partir da década dos 70. Em 1907, a devatação florestal já era enorme no Estado de São Paulo
Após o fim da Primeira Guerra Mundial e o crescimento da economia mundial na década de 1920, acontece uma nova febre de plantio, atingindo profundamente as matas das regiões Noroeste, Araraquarense, Alta Paulista e Alta Sorocabana. De 1918 a 1924 plantam-se mais 121 milhões de cafeeiros. Em 1927, o Estado possuía uma população de cafeeiros de 1.333.850.000 indivíduos, que produziam 104 milhões de sacas. Foi nesta época que ocorre o Crash da bolsa de Nova Iorque e a economia internacional entra em crise. Mas como o pé de café só atinge sua maturidade alguns anos depois de plantado, foi no ano de 1933 que a lavoura cafeeira de São Paulo alcançou a sua maior extensão, com quase um bilhão e meio de pés plantados, marca nunca mais ultrapassada. Mas a destruição da biodiversidade já estava em estado avançado e em estágio praticamente irreversível.
Mas o que já estava ruim, piorou depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Em 1952, São Paulo tinha apenas 18,2 % da cobertura vegetal de seu território, concentrando-se os últimos remanescentes na escarpa Atlântica, região mais inatingível devido ao relevo acidentado, em torno da Capital, no Vale do Ribeira e no Pontal de Paranapanema. A destruição continuou com o processo de urbanização e o crescimento populacional. O estado de São Paulo tinha uma população de 837 mil pessoas em 1872, quando se realizou o primeiro censo demográfico brasileiro. Chegou a 2,3 milhões de habitantes em 1900. Pulou para 9,1 milhões em 1950. Atingiu 37 milhões de habitantes na virada do milênio. O censo 2010 indicou uma população paulista de 41,3 milhões de habitantes.
O fim da hegemonia do café não interrompeu a devastação, pois a indústria, as novas culturas e a pecuária completaram o serviço de destruição. Caiu o uso da lenha e do carvão vegetal como energia para as locomotivas a vapor, mas cresceu a utilização de madeira para uso doméstico e industrial. O regime militar acelerou o processo de ocupação de todo o território paulista. O crescimento da população e da economia na região metropolitana e a “política de interiorização do desenvolvimento” transformou em letra morta todas as tentativas de interromper a eliminação das florestas.
O Estado de São Paulo é considerado a Unidade da Federação mais rica do Brasil. Mas os indicadores utilizados são todos fortemente influenciados pelo antropocentrismo. Mas no ano 2000 a cobertura vegetal do Estado de São Paulo era de apenas 3%, praticamente em áreas escarpadas e difícil acesso. Em 200 anos, a cobertura vegetal caiu de 82% para 3%. Evidentemente, muitas espécies vegetais e animais desapareceram e foram extintas neste processo. O progresso humano dos paulistas aconteceu passo a passo ao regresso ambiental e à degradação do meio ambiente.
O pior é que este modelo de devastação está sendo exportado para as regiões Centro-Oeste e Norte. O café, a cana de açúcar, a soja e a pecuária avançam em direção ao Cerrado e à Amazônia. Segundo o próprio Ministério do Meio Ambiente, o Brasil já destruiu 93% da Mata Atlântica (os 7% restantes estão em “ilhas” isoladas sem corredores ecológicos para o trânsito de animais terrestres) e poluiu a maioria de seus rios e lagos. Ambientalmente o país está involuindo e o seu Estado mais rico é o que empobreceu em maior grau a natureza. Este modelo é injusto e insustentável e precisa ser revertido.
Referência:
Cem anos de devastação: revisitada 30 anos depois/Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade e Florestas: Mauro Antônio Moraes Victor… [et al.]. – Brasília: 2005
Ministério do Meio Ambiente. Mata Atlântica.
José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
EcoDebate, 22/11/2013
Link:
http://www.ecodebate.com.br/2013/11/22/o-crime-de-ecocidio-e-a-devastacao-das-florestas-de-sao-paulo-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
E o deserto os segue” (Chateaubriand)
[EcoDebate] São Paulo é o maior estado do Brasil, tanto em termos populacionais, quanto econômico. Mas o crescimento das atividades antrópicas teve como consequência a destruição das matas e da biodiversidade do estado.
No início do século XIX a cobertura florestal do Estado de São Paulo correspondia a 81,80% de seu território, equivalente a 20.450.000 hectares. Segundo Mauro Antônio Moraes Victor et. al. (2005) – referência essencial desse artigo – os tipos de formação florestal existentes nessa época eram:
1) A floresta latifoliada tropical úmida de encosta, cobrindo toda a vertente atlântica das Serras do Mar e Paranapiacaba. Trata-se de uma floresta heterogênea, muito rica em espécies e de aspecto exuberante. Devido à ocorrência de alto índice de pluviosidade nessas áreas, o ambiente é constantemente úmido, favorecendo o desenvolvimento de musgos que recobrem os troncos das árvores.
2) A mata das araucárias: cobrindo uma reduzida parcela do território paulista, a vertente atlântica sul da Serra de Paranapiacaba, sendo considerada o último prolongamento dos pinheirais do Paraná na direção norte.
3) A floresta mista de araucárias e podocarpus (pinheiro bravo) também cobrindo uma diminuta parcela do território, justamente a região limítrofe de Campos do Jordão, com o Estado de Minas Gerais.
4) A floresta subtropical de altitude: também como as duas anteriores, pouco expressiva em termos de área, recobrindo, originalmente, as vertentes das serras da Mantiqueira e da Bocaina, em direção ao planalto paulista, sempre nas altitudes superiores a 900 metros.
5) A floresta latifoliada tropical é a mais expressiva do Estado, tanto pela sua extensão geográfica, como pelo seu porte e aspecto fisionômico. Iniciando-se praticamente na vertente interior das Serras do Mar e Paranapiacaba, avança pelo primeiro e segundo planalto paulista, envolvendo as bacias hidrográficas entre o Rio Grande, ao norte e o Rio Paranapanema, a sudoeste. Interrompida apenas pelas áreas de campo, cerrado, cerradão e pela floresta latifoliada tropical semidecídua, volta a ressurgir com impressionante vigor, nas divisas do Estado de Mato Grosso, na bacia do Rio Paraná já no terceiro planalto. As espécies florestais apresentam porte imponente, com alturas superiores a 30 metros, troncos de grandes diâmetros, porém não recobertos de musgos, o que de certa forma evidencia baixo índice pluviométrico em relação à anterior. Aí ocorrem a peroba, pau d’alho, figueira branca, jequitibá, pau marfim, jatobá, jacarandá paulista, caviúna, cabreuva, açoita-cavalo, ipés, braúna e vinhático.
6) A floresta latifoliada tropical semidecídua ocorre na depressão do Vale do Paraíba, e no 3º planalto paulista abrangendo as bacias dos Rios do Peixe, Aguapeí, Médio e Alto Tietê, São José dos Dourados e Turvo, notabilizando-se também pela sua extensão físico-territorial.
O processo de devastação da cobertura florestal, que ficou limitado às áreas do litoral e às cercanias de São Paulo de Piratininga durante o Brasil Colônia, se expandiu após a independência do Brasil. Foi com o surto cafeeiro que a devastação avançou em grande escala, com uma alta correlação entre o caminhamento do café em direção ao interior paulista e o avanço das derrubadas. O café era implementado em terras de mata, em busca do “humus rico do solo ou do bafo do sertão” conforme a expressão da época. Quando a lavoura exauria, novas áreas de matas eram sacrificadas para a implantação dos novos cafezais. O café entrou em São Paulo pelo Vale do Paraíba, proveniente do Rio de Janeiro devastado. A entrada aconteceu em 1790, mas foi a partir de 1850 que este processo ganha corpo.
Na segunda metade do século XIX os cafezais avançam derrubando as florestas das regiões Norte e Central. O Vale do Paraíba, em 1854, produzira 77% do total do café do Estado, mas passa a produzir 20% do total, em 1886, devido à degradação dos solos.
As lavouras progridem a passos largos e os fazendeiros de ltu, Jundiaí e Campinas adquirem terras novas, entrando pelo sertão através do rio Tietê e sua rede de afluentes. Usando o vale do rio Mogi-Guaçu e Pardo, aproximam-se das terras altas e roxas próximas a Minas Gerais, onde o café encontra condições ideais de produtividade. Em 1870 funda-se Ribeirão Preto, em 1871 Piraju, em 1879 São José do Rio Preto. Por essa mesma época ainda, na esteira do café, parecem as cidades de Campos Novos Paulista, São Manuel e Bauru.
A safra de café de 1886 acusa a marca de cerca de 10.375.000 arrobas e a área desmatada no Estado já atinge 2.800.000 hectares, com taxas anuais de desmatamento avaliadas em 72.000 hectares. É a exuberante floresta latifoliada tropical e em seguida o cerradão, que tombam para dar lugar às novas roças e para alimentar as ferrovias e as caldeiras das locomotivas a vapor que começam a aparecer a partir da década dos 70. Em 1907, a devatação florestal já era enorme no Estado de São Paulo
Após o fim da Primeira Guerra Mundial e o crescimento da economia mundial na década de 1920, acontece uma nova febre de plantio, atingindo profundamente as matas das regiões Noroeste, Araraquarense, Alta Paulista e Alta Sorocabana. De 1918 a 1924 plantam-se mais 121 milhões de cafeeiros. Em 1927, o Estado possuía uma população de cafeeiros de 1.333.850.000 indivíduos, que produziam 104 milhões de sacas. Foi nesta época que ocorre o Crash da bolsa de Nova Iorque e a economia internacional entra em crise. Mas como o pé de café só atinge sua maturidade alguns anos depois de plantado, foi no ano de 1933 que a lavoura cafeeira de São Paulo alcançou a sua maior extensão, com quase um bilhão e meio de pés plantados, marca nunca mais ultrapassada. Mas a destruição da biodiversidade já estava em estado avançado e em estágio praticamente irreversível.
Mas o que já estava ruim, piorou depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Em 1952, São Paulo tinha apenas 18,2 % da cobertura vegetal de seu território, concentrando-se os últimos remanescentes na escarpa Atlântica, região mais inatingível devido ao relevo acidentado, em torno da Capital, no Vale do Ribeira e no Pontal de Paranapanema. A destruição continuou com o processo de urbanização e o crescimento populacional. O estado de São Paulo tinha uma população de 837 mil pessoas em 1872, quando se realizou o primeiro censo demográfico brasileiro. Chegou a 2,3 milhões de habitantes em 1900. Pulou para 9,1 milhões em 1950. Atingiu 37 milhões de habitantes na virada do milênio. O censo 2010 indicou uma população paulista de 41,3 milhões de habitantes.
O fim da hegemonia do café não interrompeu a devastação, pois a indústria, as novas culturas e a pecuária completaram o serviço de destruição. Caiu o uso da lenha e do carvão vegetal como energia para as locomotivas a vapor, mas cresceu a utilização de madeira para uso doméstico e industrial. O regime militar acelerou o processo de ocupação de todo o território paulista. O crescimento da população e da economia na região metropolitana e a “política de interiorização do desenvolvimento” transformou em letra morta todas as tentativas de interromper a eliminação das florestas.
O Estado de São Paulo é considerado a Unidade da Federação mais rica do Brasil. Mas os indicadores utilizados são todos fortemente influenciados pelo antropocentrismo. Mas no ano 2000 a cobertura vegetal do Estado de São Paulo era de apenas 3%, praticamente em áreas escarpadas e difícil acesso. Em 200 anos, a cobertura vegetal caiu de 82% para 3%. Evidentemente, muitas espécies vegetais e animais desapareceram e foram extintas neste processo. O progresso humano dos paulistas aconteceu passo a passo ao regresso ambiental e à degradação do meio ambiente.
O pior é que este modelo de devastação está sendo exportado para as regiões Centro-Oeste e Norte. O café, a cana de açúcar, a soja e a pecuária avançam em direção ao Cerrado e à Amazônia. Segundo o próprio Ministério do Meio Ambiente, o Brasil já destruiu 93% da Mata Atlântica (os 7% restantes estão em “ilhas” isoladas sem corredores ecológicos para o trânsito de animais terrestres) e poluiu a maioria de seus rios e lagos. Ambientalmente o país está involuindo e o seu Estado mais rico é o que empobreceu em maior grau a natureza. Este modelo é injusto e insustentável e precisa ser revertido.
Referência:
Cem anos de devastação: revisitada 30 anos depois/Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade e Florestas: Mauro Antônio Moraes Victor… [et al.]. – Brasília: 2005
Ministério do Meio Ambiente. Mata Atlântica.
José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
EcoDebate, 22/11/2013
Link:
http://www.ecodebate.com.br/2013/11/22/o-crime-de-ecocidio-e-a-devastacao-das-florestas-de-sao-paulo-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
Nenhum comentário:
Postar um comentário