Alimento funcional é aquele que apresenta propriedades benéficas, além das nutricionais básicas, sendo apresentado na forma de alimentos comuns. São consumidos em dietas convencionais, mas demonstram capacidade de regular funções corporais a fim de auxiliar na proteção contra doenças como hipertensão, diabetes, câncer e osteoporose. Ou seja, são aqueles alimentos ou bebidas consumidos cotidianamente, que podem trazer benefícios fisiológicos específicos, devido à presença de compostos fisiologicamente saudáveis. Como exemplo, temos a abóbora, cujas sementes eram utilizadas, no século XVII, na medicina chinesa, contra parasitas intestinais.
A abóbora, da família das Cucurbitáceas, apresenta caule rasteiro ou trepador. Sua variedade abrange tamanhos e formatos diversos. Originária da América Central, atualmente é cultivada no mundo inteiro, apesar de exigir temperaturas entre 20 a 27ºC para seu cultivo e produtividade, e ser sensível a temperaturas abaixo de 10ºC.
Rica em potássio, cálcio, fósforo, ferro, magnésio, zinco, fibra, riboflavina e vitaminas A, C, E e do complexo B, que regulam funções importantes do metabolismo. A abóbora contém, ainda, compostos antioxidantes que auxiliam na manutenção da saúde da pele. A exemplo temos os carotenóides, responsáveis pela coloração alaranjada da casca. Em nosso organismo o beta-caroteno é transformados em vitamina A e seu consumo está relacionado a proteção contra doenças cardíacas e câncer, além disso, sua ingestão também traz benefícios a visão.
O consumo de abóbora de qualquer variedade esta também associado a eliminação de substâncias intestinais que elevam a pressão arterial, sendo, portanto, recomendada aos hipertensos. Pessoas que tem tendência à constipação intestinal também podem se beneficiar deste vegetal, em vista, de sua composição rica em fibras.
"A abóbora também é uma aliada dos diabéticos e pré-diabéticos, além das fibras que aumentam a sensação de saciedade o legume possui carboidratos de baixo índice glicêmico, os quais favorecem o controle da glicemia".
Apesar da fome e do desperdício de alimentos serem dois dos grandes problemas do país, muitas fontes não convencionais de elementos essenciais à saúde humana disponíveis na natureza são frequentemente descartadas em virtude da falta de conhecimento das suas características nutricionais. O aproveitamento dessas partes, como cascas e sementes, possibilita que haja um complemento alimentar muitas vezes de alto valor proteico, energético e de baixo custo para as populações menos favorecidas.
No caso da abóbora, utiliza-se a polpa, as flores, os brotos, conhecido como cambuquira, e as sementes. Com a polpa, pode-se preparar refogados, purês, cremes, suflês, pães, sopas, recheios de tortas, quiches e nhoque, além de bolos, doces cremosos, em conserva, compotas e os cristalizados. As flores da abóbora são apreciadas, principalmente, na Itália, e possuem um delicado aroma, podendo ser empanadas e fritas, em suflês, risotos, ensopados de peixes e frutos do mar. As sementes podem ser torradas e servidas como aperitivo.
As sementes, fontes de zinco, são responsáveis por fortalecer o sistema imunológico. Enquanto que a polpa apresenta ação vermífuga, ou seja, ajuda a combater os vermes, e é indicada para doenças renais e cardíacas. E os compostos antioxidantes encontram-se, juntamente com as fibras, na casca da abóbora.
Uma xícara de abóbora cozida contém cerca de 50 calorias e 582 miligramas de potássio. A quantidade do mineral é maior do que a presente em uma banana (450 miligramas). Para que seus benefícios sejam aproveitados, seu consumo deve ser regular (uma porção de abóbora cozida equivale aproximadamente a 50 gramas, ou seja, 1 ½ colher de sopa).
Sabe-se que, frutos cujas cascas apresentam brilho indicam que os mesmos foram colhidos antes da época, portanto não amadureceram completamente e são de menor qualidade. Desta forma, deve-se optar por frutos que não apresentam brilho em suas cascas, que devem estar lisas, firmes, sem rachaduras e sem manchas. Quando vendida já cortada, deve-se optar pelos pedaços mais frescos. Além disso, não se esqueça, abóbora madura deve ser armazenada na geladeira. E a sua forma de consumo pode ser refogada, assada e cozida, se no vapor, ainda melhor, pois os nutrientes não são perdidos. Abaixo, algumas receitas práticas e fáceis, a fim de inserir este alimento rico em componentes benéficos à saúde em nossa dieta cotidiana.
Salada de casca de abóbora
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de casca de abóbora
1 xícara (chá) de tomate picado
½ xícara (chá) de cebola picada
Sal a gosto
2 colheres (sopa) de azeite
Modo de preparo:
Lave a abóbora em água corrente, descasque e rale a casca. Em uma panela, coloque água para ferver e cozinhe a casca de abóbora. Depois de cozida, escorra a água e deixe esfriar. Junte o tomate, a cebola, o sal e o azeite. Leve à geladeira. Sirva fria.
Quando torradas, as sementes apresentam uma boa quantidade de zinco, ômega 3 e fitoesteróis, que são substâncias que auxiliam na redução do colesterol. Uma porção por dia é suficiente para melhorar o humor e a disposição.
Semente de abóbora torrada
Ingredientes:
1 abóbora de tamanho médio (rende duas xícaras de sementes)
2 colhestes (chá) de azeite
Sal a gosto
Modo de preparo:
Remova as sementes da abóbora, lave-as e seque-as. Frite as sementes com duas colheres de chá de azeite. Pré-aqueça o forno a 150ºC. Espalhe as sementes de abóbora em uma única camada sobre uma forma grande. Salpique sal a gosto. Torre as sementes durante 45 minutos, mexendo-as a cada quinze minutos. Quando as sementes de abóbora estiverem marrom dourado e crocante, remova-as do forno e deixe esfriar.
Jéssica Fernanda Scatolin Russo
Graduanda em Ciências dos Alimentos (ESALQ-USP)
Sob orientação da Profª. Drª. Jocelem Mastrodi Salgado
Postado há 17th September por GEAF FUNCIONAIS
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