10/04/2015
Resgatar e reconhecer os saberes populares que tradicionalmente empregam ervas medicinais no combate e prevenção a doenças que acometem homens e mulheres do campo. Esse é o principal objetivo da equipe de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) que está instalando hortos medicinais comunitários em assentamentos da reforma agrária em Santa Catarina.
“O trabalho visa a valorização do ser humano, o cuidado consigo e com o ambiente que o cerca, buscando fortalecer as relações sociais e os vínculos comunitários. O desafio está em trabalhar o desenvolvimento da propriedade, mas também - e principalmente - das pessoas que ali estão, pois sem elas não existe avanço”, defende a assistente social Tatiane Chagas, profissional de Ater responsável pela implantação dos hortos.
Tatiane explica que os hortos têm como base o funcionamento do corpo humano, simbolizado pela mandala. Para instalação, delimitam-se raios simétricos que comportam cada um as plantas responsáveis pelo funcionamento de determinada parte do organismo.
A técnica dispõe as plantas espacialmente de acordo com o uso recomendado para cada uma, o que facilita a coleta, mesmo por quem não tenha conhecimento prévio.
“Devidamente identificadas as plantas, é possível para qualquer pessoa saber onde buscar um chá para dor de cabeça ou para curar feridas, por exemplo”, revela a técnica.
O horto é instalado em unidade familiar identificada para se responsabilizar pelos cuidados, mas é aberto ao uso de toda a comunidade do assentamento.
Difusão
A instalação dos hortos teve início pelo oeste do estado, onde já foram instalados seis hortos nos seguintes assentamentos: Rosário, em Romelândia; Dom José Gomes, em Chapecó; Olga Benário, em Catanduvas; Perdizes I e II, em Água Doce e Zumbi dos Palmares, em Passos Maia.
Para que o projeto atinja outras regiões do estado, foi realizada durante a última semana de março oficina para repasse dos conhecimentos aos demais técnicos de Ater. Após a parte teórica, os técnicos foram a campo e instalaram o horto no assentamento Herdeiros Argemiro de Oliveira, em Canoinhas.
A expectativa é que mais assentamentos recebam o horto e que eles sirvam não somente como referência de cura, mas como local de trocas sociais e como porta de entrada para a agroecologia nas propriedades.
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