quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Crianças assistem a 60 publicidades de junk food por semana na TV argentina

Fonte: Criança e Consumo - Sexta-feira, 04 de Setembro de 2015 


A principal estratégia das empresas é associar o produto a personagens que as crianças conhecem e se identificam.

A Fundação InterAmericana del Corazón (FIC) da Argentina divulgou uma análise detalhada sobre a publicidade dirigida para crianças na televisão do país. Segundo o levantamento, são televisionadas cerca de 60 publicidades de junk food por semana durante a programação infantil. Entre os alimentos anunciados para crianças, 85,3% são classificados como de baixo valor nutricional, de acordo com os parâmetros da Organização Mundial da Saúde. Destes, 32,7% usam personagens conhecidos pelas crianças e 24,8% utilizam presentes para incentivar as compras.

A FIC monitorou durante três meses (de novembro de 2013 a janeiro de 2014) cinco canais da televisão aberta e três canais fechados. Ao todo foram veiculadas 21.085 peças, desse total 46,7% foi durante a faixa de horário destinado ao público infantil. O levantamento ainda ranqueou os produtos alimentícios anunciados para criança, em primeiro lugar estão as sobremesas (23,3%), em seguida os derivados do leite (16,2%), depois as bebidas açucaradas (13,2%), as redes de fast foods (12,5%) e por último os salgadinhos (7,9%).

A pesquisa alerta para o problema da obesidade infantil e para a necessidade de restringir publicidade de alimentos de baixo valor nutritivo. Na Argentina, entre 2004 e 2005, 10,4% das crianças de 6 meses a 6 anos estavam obesas, segundo estudo nacional. O aumento do consumo de alimentos com alto teor de açúcar, sal e gorduras é um dos principais responsáveis por esse excesso de peso. Como parte das soluções para reverter esse quadro está a restrição da publicidade de alimentos direcionada às crianças. Foi nesse sentido que a Organização Mundial da Saúde colocou entre as estratégias para reduzir e prevenir a obesidade de crianças e adolescentes, no continente americano, a restrição da publicidade de alimentos.

Brasil

No Brasil, o cenário também é preocupante e deixa evidente a necessidade de restringir a publicidade infantil. Dados recentes mostram que as crianças passam muitas horas na frente da TV, estão tomando refrigerante e comendo doces cada vez mais cedo e um número considerável está com sobrepeso.

Segundo o Painel Nacional de Televisão, do Ibope Media, crianças e adolescentes, entre 4 e 17 anos, assistiram em média 5h35 de televisão por dia durante 2014. Paralelamente um estudo do Ministério da Saúde revelou que 60,8% das crianças com menos de dois anos de idade comem biscoitos, bolachas e bolos e que 32,3% tomam refrigerantes ou suco artificial. Como resultado desse cenário 33,5% das crianças de cinco a nove anos estão acima do peso, entre elas 15% estão obesas (POF 2008-2009).

Para diminuir esses números e auxiliar na garantia de uma infância saudável, o Brasil, assim como os outros países da América, precisa restringir a publicidade infantil.


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