Medicamentos obtidos com extratos etanólicos da planta Pelargonium sidoides são largamente utilizados no Brasil e no mundo para o tratamento de infecções do trato respiratório, tais como bronquite, sinusite, angina tonsilar e rinofaringite. O mecanismo de ação está relacionado à atividade antimicrobiana e imunomoduladora, propriedades ligadas aos taninos e cumarinas presentes na planta. Pelargonium é uma planta originária da África do Sul, e o desenvolvimento de medicamentos contendo a mesma foi baseado na tradição popular, seguida de uma série de estudos pré-clínicos e clínicos, os quais demonstraram a segurança do uso bem como efeitos positivos comparados ao placebo. Os eventos adversos relatados foram quase sempre tidos como leves a moderados, sendo observadas, em alguns casos, reações alérgicas graves. Uma contraindicação de uso de produtos a base de Pelargonium se relaciona aos casos de risco aumentado de sangramentos e no uso concomitante de anticoagulantes, devido ao conteúdo de cumarinas na planta. Essas informações estão presentes nas bulas do medicamento. Um problema não detectado nos estudos clínicos foi relatado em 2012 na Alemanha. Foram recebidos 30 relatos espontâneos de eventos adversos hepáticos, incluindo 11 casos de hepatite, 8 de icterícia e 3 de dano hepático. Em 19 dos 30 casos relatados as pessoas usavam também outros medicamentos. Em parte destes casos, considerou-se uma possível relação entre o dano hepático e o uso do Pelargonium. Em função disto, foi inserida a informação nas bulas e nas monografias da Comunidade Europeia, sobre a hepatotoxicidade, de frequência ainda não conhecida. Não foram recebidos ainda relatos de danos hepáticos com uso de Pelargonium no Brasil, porém, considerando a precaução com uso do produto na população brasileira, a informação tem sido inserida também nas bulas dos medicamentos comercializados no país.
HMPC Monograph, disponível em: http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/Herbal_Community_herbal_monograph/2013/02/WC500138439.pdf. Acesso: 03/12/15
Assessment report: http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/Herbal_HMPC_assessment_report/2011/06/WC500107717.pdf. Acesso: 03/12/15
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