Aleurites moluccanus é uma árvore ornamental natural da Indo-Malásia, encontrada nas regiões sudeste e sul do Brasil.
Possui cerca de 20 m de altura.
Suas folhas são simples e 3-5-lobuladas, longopecioladas, com até 20 cm de comprimento, quando novas tem revestimento estrelado-tomentoso, que conferem tonalidade prateada a ferrugínea à face inferior; flores monoicas, brancas, pequenas e numerosas; pétalas com 7-9 mm de comprimento; os frutos possuem 5-6 cm de diâmetro e de 1 a 2 sementes.
Sinonímia popular: nogueira-da-índia e nogueira-dolitoral.
Usos populares: as folhas e as cascas do caule são utilizadas no tratamento de diversas patologias, tais como, febre, inflamações, asma, conjuntivite, hepatite, dores de cabeça, úlceras, gonorréia, além da ação antitumoral, laxativa, sudorífera e anti-reumática. Embora as sementes contenham substâncias tóxicas, consta o seu uso popular como vermífugo, emético e purgativo; seu óleo é aplicado externamente nos casos de reumatismo e na fabricação de vernizes, tintas, sabão e lubrificantes.
Fitoquímica: A variação na composição química das folhas e das cascas de caule da nogueira-da-Índia tem sido relacionada a fatores edáficos e climáticos; por exemplo, em espécie cultivada no Brasil não foram detectados alguns triterpenos (moretenona, moretenol) e a cumarina (molucanina). De modo geral, as folhas e cascas de caule contém o diterpeno (sonderianol), os triterpenoides (ácido acetil aleuritólico, α,β- amirina, α,β-amirinona), flavonoides C-glicosideos (2”-Oramnosilswertisina, swertisina) e taninos. As sementes contem ácidos graxos (ácido oléico, linoléico, linolênico, palmítico, esteárico), saponinas e derivados de forbol, entre outros.
Farmacologia: Estudos in vitro e in vivo mostram que o ácido acetil aleuritórico, tem atividade anti-inflamatória, analgésica e antibacteriana. A atividade antitumoral foi atribuída ao sonderianol e os triterpenoides (α,β-amirina e α,β-amirinona) contribuem nos efeitos analgésico e antiinflamatório.
Estudos com o extrato de acetonitrila/diclorometano das cascas de caule evidenciaram atividade anti-HIV. O extrato metanólico obtido de suas folhas revelou atividade hipocolesterolêmica e efeito antibacteriano contra Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. O extrato padronizado de suas folhas (3% m/m de 2”-Oramnosilswertisina) tem efeito anti-hipernociceptivo. Não há dados que comprovem a eficácia terapêutica e a segurança de uso em humanos. Substâncias tóxicas como derivados de forbol, saponina e toxialbumina tem sido descritos na planta, e os sintomas de intoxicação são náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarreia, seguidos de sede e letargia. Em casos com maior gravidade, desidratação, midríase, cianose e hipertermia.
Referências:
Lorenzi, H.; Matos, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª edição. Nova Odessa, Brasil: Instituto Plantarum, 2008.
Quintão et al. Aleurites moluccana and its main active ingredient, the flavonoid 2-O-rhamnosylswertisin, have promising antinociceptive effects in experimental models of hypersensitivity in mice. Pharmacol. Biochem. Behav. 102, 302–311, 2012.
Satyanarayana et al. A new phorbol diester from Aleurites moluccana. Fitoterapia. 72(3):304-6, 2001.
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