A amora comum, de frutos vermelho-escuro, quase negros, era dedicada a Minerva pelos antigos. Era muito apreciada nas festas dos romanos: seu uso é mencionado por Horácio, Ovídio e Virgílio. Plinio, o Velho, dizia que ela também era muito apreciada em Chipre e no Egito e há representações de amoreira nas ruínas de Pompéia. Está ligada á mitologia que alia a cor dos frutos ao sangue de Píramo e Tisbe. Diz a mitologia que os jovens Píramo e Tisbe estavam perdidamente apaixonados, mas as famílias eram inimigas e não permitiam o namoro e o casamento deles. Os dois moravam em casas contíguas, na Babilônia e, através de uma rachadura na parede, conversavam e trocavam juras de amor. Um dia, decidiram fugir, marcando um encontro fora da cidade da Babilônia, embaixo de uma amoreira, junto ao túmulo de Nino, o fundador da idolatria. A amoreira era uma grande árvore que produzia frutos brancos. Tisbe chegou primeiro e viu ali perto uma leoa com a boca ainda ensanguentada da caça recente que acabara de comer. Apavorada, em fuga, deixou cair seu véu que, dilacerado pela leoa, ficou sujo de sangue. Quando Píramo chegou, viu o véu de Tisbe em frangalhos e ensanguentado. Desesperado, pensando que ela estava morta, ele trespassou o peito com a espada. Seu sangue jorrou e atingiu a amoreira. Quando Tisbe voltou, vendo Píramo morto, também se matou com a espada dele. Os frutos esbranquiçados da amoreira atingidos pelo sangue de Píramo ficaram vermelhos para sempre.Shakespeare, em sua obra “Sonho de uma noite de verão” encena de forma caricata esta história.
Fonte: Frutas: Sabor à primeira dentada
Gil Felippe
Nenhum comentário:
Postar um comentário