A utilização de plantas medicinais para a redução dos sintomas de doenças está muito presente na cultura brasileira. Essa prática existe desde os primórdios da humanidade e se aplica até hoje, baseada em conhecimentos populares. Porém, será que o jeitinho de fazer chá, aprendido com a sua mãe ou ensinado pela sua avó, é correto e eficaz? Cada erva possui uma forma de preparação e age de maneira diferente no organismo, por isso existem chás específicos para cada sensação de mal estar. Algumas orientações de preparo, estocagem e consumo das ervas medicinais e os riscos de sua utilização indevida são detalhados por docente de Farmácia da Unochapecó.
No Brasil há estudos que comprovam a existência de aproximadamente 500 mil espécies de plantas com potencial para atividades medicinais. Dessas, conforme o professor Walter Antonio Roman Junior, do curso de Farmácia da Unochapecó, apenas entre 10 e 15% chegam a ser estudados quanto aos aspectos químicos e farmacológicos. “Se destaca a nossa elevada biodiversidade, mas em contraponto falta estudos e incentivo nessa área de pesquisa”, complementa.
As plantas medicinais começaram a ser utilizadas através de conhecimentos repassados de geração para geração. De acordo com Walter, atualmente a utilização dos chás é menor do que no passado. “Em função da urbanização, dos avanços tecnológicos e da medicina, este conhecimento ficou relegado às pessoas mais velhas, que detinham o preparo das ervas como primeiro suporte aos problemas de saúde.” As plantas mais utilizadas no país, principalmente na região Sul, vieram basicamente do Mediterrâneo, trazidas por imigrantes alemães e italianos, como camomila, alcachofra, marcela, carqueja e outras, em geral de utilização europeia.
Principais erros
Um dos erros está na identificação. Um erro comum na utilização das plantas medicinais é a identificação botânica incorreta ou a falta dela. Muitas vezes as pessoas comentam informalmente sobre as características e efeitos de uma determinada planta, indicando sua utilização, sem saber exatamente qual é. Esse equívoco pode levar ao uso indevido ocasionando graves intoxicações.
Outro problema está no preparo. Muitos chás têm particularidades para o preparo, como é o caso das plantas de consistência mole. O paciente deve ferver a água separadamente e, em seguida, despejá-la sobre o recipiente contendo a planta medicinal seca ou natural e abafar, mantendo o local tampado de 10 a 15 minutos, filtrar e então utilizar. “É muito comum que se prepare a camomila colocando para ferver na água, em recipientes abertos, durante vários minutos, e neste caso se perdem os princípios ativos pelo vapor e já não haverá total aproveitamento de suas propriedades”, orienta o professor Walter. Já as plantas que possuem consistência dura, como a erva-doce, funcho, sene, cascas e frutos, devem ser fervidos na água por cerca de 10 minutos.
É necessário, ainda, o cuidado com a estocagem. Um engano que a população comente é em relação à estocagem do material. É frequente o preparo de chás em grande quantidade e armazenagem em garrafas plásticas, utilizando-se esses produtos por longa data. A água é o veículo de preparo desses chás e não possui conservantes, portanto em torno de 24 horas depois tais produtos adquirem grande quantidade de fungos e bactérias, o que pode gerar mais prejuízo à saúde do que o tratamento propriamente dito. A planta, depois de colhida, se for secada em temperatura ambiente, pode ser moída e estocada em frascos de vidro. Protegidas da luz direta e da umidade, as plantas terão longo tempo de conservação.
Efeitos colaterais
Um chá medicinal, como qualquer vegetal, contém substâncias ativas que podem apresentar benefícios para quem administra, tratando várias patologias, mas se utilizado cronicamente pode ocasionar graves quadros de intoxicação. Um exemplo comum é a utilização do confrei, um ótimo cicatrizante, mas que deve ser utilizado via externa, pois se for usado oralmente é capaz de chegar ao fígado do indivíduo e causar lesões hepáticas. Também é o caso do chá de guaco, que se utilizado por mais de três meses pode levar ao comprometimento da coagulação sanguínea.
“No meio termo está a razão” exclama o professor Walter Roman Junior sobre o uso de ervas. As plantas medicinais representam ferramenta importante no tratamento complementar de várias patologias, mas devem ser utilizadas da forma mais racional possível, e, principalmente, acompanhadas de orientação profissional. Em caso de intoxicação, é importante relatar ao médico o uso das plantas medicinais e, se possível, levar um exemplar para análise. Um medicamento químico utilizado em conjunto com um chá pode anular o efeito de ambos, por isso a importância do uso consciente.
No Brasil há estudos que comprovam a existência de aproximadamente 500 mil espécies de plantas com potencial para atividades medicinais. Dessas, conforme o professor Walter Antonio Roman Junior, do curso de Farmácia da Unochapecó, apenas entre 10 e 15% chegam a ser estudados quanto aos aspectos químicos e farmacológicos. “Se destaca a nossa elevada biodiversidade, mas em contraponto falta estudos e incentivo nessa área de pesquisa”, complementa.
As plantas medicinais começaram a ser utilizadas através de conhecimentos repassados de geração para geração. De acordo com Walter, atualmente a utilização dos chás é menor do que no passado. “Em função da urbanização, dos avanços tecnológicos e da medicina, este conhecimento ficou relegado às pessoas mais velhas, que detinham o preparo das ervas como primeiro suporte aos problemas de saúde.” As plantas mais utilizadas no país, principalmente na região Sul, vieram basicamente do Mediterrâneo, trazidas por imigrantes alemães e italianos, como camomila, alcachofra, marcela, carqueja e outras, em geral de utilização europeia.
Principais erros
Um dos erros está na identificação. Um erro comum na utilização das plantas medicinais é a identificação botânica incorreta ou a falta dela. Muitas vezes as pessoas comentam informalmente sobre as características e efeitos de uma determinada planta, indicando sua utilização, sem saber exatamente qual é. Esse equívoco pode levar ao uso indevido ocasionando graves intoxicações.
Outro problema está no preparo. Muitos chás têm particularidades para o preparo, como é o caso das plantas de consistência mole. O paciente deve ferver a água separadamente e, em seguida, despejá-la sobre o recipiente contendo a planta medicinal seca ou natural e abafar, mantendo o local tampado de 10 a 15 minutos, filtrar e então utilizar. “É muito comum que se prepare a camomila colocando para ferver na água, em recipientes abertos, durante vários minutos, e neste caso se perdem os princípios ativos pelo vapor e já não haverá total aproveitamento de suas propriedades”, orienta o professor Walter. Já as plantas que possuem consistência dura, como a erva-doce, funcho, sene, cascas e frutos, devem ser fervidos na água por cerca de 10 minutos.
É necessário, ainda, o cuidado com a estocagem. Um engano que a população comente é em relação à estocagem do material. É frequente o preparo de chás em grande quantidade e armazenagem em garrafas plásticas, utilizando-se esses produtos por longa data. A água é o veículo de preparo desses chás e não possui conservantes, portanto em torno de 24 horas depois tais produtos adquirem grande quantidade de fungos e bactérias, o que pode gerar mais prejuízo à saúde do que o tratamento propriamente dito. A planta, depois de colhida, se for secada em temperatura ambiente, pode ser moída e estocada em frascos de vidro. Protegidas da luz direta e da umidade, as plantas terão longo tempo de conservação.
Efeitos colaterais
Um chá medicinal, como qualquer vegetal, contém substâncias ativas que podem apresentar benefícios para quem administra, tratando várias patologias, mas se utilizado cronicamente pode ocasionar graves quadros de intoxicação. Um exemplo comum é a utilização do confrei, um ótimo cicatrizante, mas que deve ser utilizado via externa, pois se for usado oralmente é capaz de chegar ao fígado do indivíduo e causar lesões hepáticas. Também é o caso do chá de guaco, que se utilizado por mais de três meses pode levar ao comprometimento da coagulação sanguínea.
“No meio termo está a razão” exclama o professor Walter Roman Junior sobre o uso de ervas. As plantas medicinais representam ferramenta importante no tratamento complementar de várias patologias, mas devem ser utilizadas da forma mais racional possível, e, principalmente, acompanhadas de orientação profissional. Em caso de intoxicação, é importante relatar ao médico o uso das plantas medicinais e, se possível, levar um exemplar para análise. Um medicamento químico utilizado em conjunto com um chá pode anular o efeito de ambos, por isso a importância do uso consciente.
Do site da:
Link:https://www.unochapeco.edu.br/noticias/utilizacao-de-chas-deve-ser-de-forma-segura-e-eficaz-2
Muito interessante e pertinente este artigo.
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