A obesidade infantil é um dos maiores problemas de saúde atualmente. Várias complicações – como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, problemas de colesterol e triglicérides – já afetam nossas crianças e adolescentes obesos. Além disso, criança obesa tem 80% de chance de ser um adulto obeso se não for tratada adequadamente na infância.
O tratamento da obesidade infantil requer muita disciplina e força de vontade para mudar hábitos de vida, aumentar atividade física e se alimentar adequadamente. Por isso, a melhor maneira de lidar com essa doença é a prevenção.
A prevenção da obesidade infantil deve iniciar já na gestação: a gestante deve ter bons hábitos alimentares e evitar excesso de ganho de peso na gravidez. O aleitamento materno é um dos pilares da prevenção de obesidade: criança amamentada no peito tem menos risco de desenvolver obesidade.
A introdução de novos alimentos na infância também é tarefa importante para evitar obesidade. Deve ser incentivada a introdução e manutenção de verduras, frutas e legumes e evitar alimentos industrializados. Leites industrializados com excesso de proteínas podem levar à obesidade. Não devem ser utilizado “engrossantes” ou farináceos nas mamadeiras.
Cuidado na introdução de alimentos com excesso de açúcar e gordura é fundamental. Oferecer precocemente esses alimentos muda o paladar da criança, assim ela poderá deixar de aceitar alimentos saudáveis por serem menos palatáveis.
A educação alimentar é fundamental para toda a população. A forma mais eficaz de se combater a má alimentação é por meio do conhecimento dos grupos alimentares, da importância de cada um deles, das quantidades que devem ser ingeridas por refeição, dos horários a serem seguidos e das consequências de uma dieta desequilibrada.
Veja abaixo as recomendações alimentares da American Heart Association para crianças maiores de 2 anos e seus familiares:
Ingestão calórica proporcional à atividade física para manter o crescimento normal;
60 minutos de atividade física diária moderada a vigorosa;
Comer vegetais e frutas diariamente, limitando a ingestão de sucos;
Usar óleos vegetais e margarinas com pouca gordura saturada e gordura trans no lugar de manteigas ou outras gorduras de origem animal;
Comer mais pão integral e cereais em substituição a grãos refinados;
Reduzir a ingestão de doces e bebidas com açúcar;
Usar leite desnatado ou semidesnatado e seus derivados diariamente;
Comer mais peixe, especialmente grelhado e cozido;
Reduzir a ingestão de sal, sobretudo sal de alimentos industrializados.
Criança precisa gastar energia. Brincadeiras como pega-pega, esconde-esconde, amarelinha, pular corda, jogar bola devem ser incentivadas. Vídeo game, jogos eletrônicos, computador e TV devem ser limitados em torno de 2 horas por dia. A prática de esportes também ajuda na prevenção da obesidade.
Detecção precoce de ganho acelerado de peso é fundamental para prevenção de obesidade. Para isso a criança deve ter um acompanhamento pediátrico de rotina, no mínimo três vezes ao ano, para que o pediatra examine a criança, faça uma investigação sobre os hábitos alimentares e confirme o peso, a estatura e o índice de massa corpórea dessa criança.
Prevenir a obesidade é muito mais eficaz do que remediar.
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Relatora:
Dra Louise Cominato
Departamento Científico de Endocrinologia da SPSP
photo credit: Dana Rothstein | Dreamstime Stock Photos
Este blog não tem o objetivo de substituir a consulta pediátrica. Somente o médico tem condições de avaliar caso a caso e somente o médico pode orientar o tratamento e a prescrição de medicamentos.
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