Autor: RedeNutri Published At: Seg 13 de Out, 2014
Um grupo de especialistas se reuniu no Chile, entre os dias 8 e 10 de outubro, para discutir maneiras de usar as sobras e perdas de alimento para erradicar a fome na região.
O desperdício de comida na AméricaLatina e o Caribe serviria para alimentar 300 milhões de pessoas, mais que toda a população que sofre de fome na África.
Para tratar esse tema, um grupo de especialistas de 13 países se reuniram na sede da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Chile entre os dias 8 e 10 de outubro para dimensionar o alcance do problema na região e revisar as formas que os governos estão abordando esta questão.
A consulta servirá como um guia de boas práticas regional e um marco de referência para que os países da região possam avançar para erradicar a fome através de programas de zero desperdícioe perda de alimentos.
O documento final também servirá como peça-chave para as contribuições que a FAO fará aoP lano de Erradicação da Fome e Pobreza da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
37 milhões não têm acesso à alimentação suficiente
“A fome na nossaregião afeta 37 milhões de pessoas e por ano perdemos uma quantidade suficiente de alimentos para satisfazer oito vezes as necessidades dessas pessoas. Reduzir e erradicar as sobras nos permitirá dar um passo fundamental na luta contra a fome em toda a região”, disse a vice-representante regional da FAO, Eve Crowley.
O exemplo mexicano foi ressaltado graças aos esforços do governo através da Cruzada Nacional Sem Fome para fornecer uma resposta rápida para 7 milhões de mexicanos que vivem em insegurança alimentar.
Para isso, o país desenvolveu indicadores para medir a quantidade de alimentos desperdiçados, constatando que em média 37% dos alimentos termina nas latas de lixo – incluindo 54% de peixes e sardinha, 57% do leite, 40% de carne de porco e 57%de abacate, muito usado na comida mexicana. Os números demonstram que, com tudo o que se perde e é jogado fora, o país poderia acabar com a fome entre seus cidadãos.
Para reverter esse quadro, o governo implementou bancos de alimentos e medidas para melhorar o armazenamento, transporte, manipulação e conservação dos produtos alimentícios, bem como mecanismos de aproveitamento de alimentos descartados que ainda podem ser aproveitados para a alimentação.
Bancos de alimentos existentes em vários países da América Latina e o Caribe também ganharam destaque. Segundo o representante da Rede Global de Banco de Alimento, Alfredo Kasdorf, a região exerce uma liderança neste tipo de atividade ao contar com 220 bancos em 15 nações que só no ano passado resgataram e distribuíram 190 milhões de quilos de comida para mais de 12,7 mil organizações.
“Ao ser uma região que produz tantos alimentos, o potencial de recuperação é alto”, afirmou Kasdorf.
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