Famílias que moram em áreas estratégicas receberiam o Bolsa Verde para ajudar na conservação dos ecossistemas
O governo está estudando a possibilidade de incluir famílias em condições de extrema pobreza e que moram em áreas habitadas por animais ameaçados de extinção no programa Bolsa Verde. Essa possibilidade está sendo analisado por um grupo de trabalho criado por determinação do Comitê Gestor do programa.
O Programa de Apoio à Conservação Ambiental Bolsa Verde, lançado em setembro de 2011, concede, a cada trimestre, um benefício de R$ 300 às famílias em situação de extrema pobreza que vivem em áreas consideradas prioritárias para conservação ambiental. O benefício é concedido por dois anos, com possibilidade de renovação, para aliar o aumento de renda dessas populações à conservação dos ecossistemas e ao uso sustentável dos recursos naturais.
“Entre as áreas que o MMA pretende ter famílias beneficiadas está de Curaçá, onde será feita a soltura de ararinhas-azuis”, antecipou Juliana Simões, diretora do Departamento de Extrativismo. Ela se refere ao município localizado na região norte da Bahia, local onde será criada uma área de preservação.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) dará início à fase de testes a partir de 2017. O objetivo é preparar o terreno e educar ambientalmente a população local para a soltura de aves. Até 2021, um grupo de 150 ararinhas-azuis passará a viver em liberdade em uma área de preservação a ser criada.
Curaçá é o local de origem das ararinhas-azuis e não tem mais exemplares soltos na natureza. A extinção se deu por conta de capturas ilegais, especialmente por causa do tráfico de animais silvestres. As aves a serem reintroduzidas em seu ambiente natural nasceram ou foram resgatadas de cativeiros.
A reintrodução dos animais no meio ambiente é iniciativa do Projeto Ararinha na Natureza, desenvolvido pelo ICMBio, órgão vinculado ao MMA, em parceria com a ONG alemã Associação para Conservação de Papagaios em Extinção (ACTP) e o Al Wabra Wildlife Preservation (AWWP), um criadouro particular localizado no deserto do Catar, entre outros parceiros.
“O objetivo de inserirmos essas famílias no Bolsa Verde é torná-las parceiras na proteção dos animais ameaçados de extinção. É bom lembrar que o Bolsa Verde significa benefício, mas, também, responsabilidade com o meio ambiente”, acentua Juliana.
A portaria responsável por criar o grupo de trabalho deve ser publicada este mês. O grupo será constituído por representantes dos Ministérios do Meio Ambiente (MMA), do Desenvolvimento Agrário (MDA), e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), além do ICMBio e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério do Meio Ambiente
in EcoDebate, 02/02/2016
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