Quem já se deu ao trabalho de tirar uns minutinhos e pensar: será que o meu sangue, neste momento, circula direitinho? Difícil encontrar alguém que, assim, do nada, tenha essa dúvida, até porque o normal é achar que só há algo errado quando existe dor ou incômodo, não é verdade? Saiba que a circulação sanguínea é um processo complexo e de fundamental importância.
Todas as partes do corpo precisam de sangue e oxigênio para funcionarem bem. Não é possível perceber, mas o trajeto do sangue é feito repetidas vezes. Qualquer dificuldade neste percurso pode resultar em problemas, inclusive graves. É o que pode ocorrer com diabéticos. Uma das dificuldades enfrentadas pelos pacientes é a má circulação. Entenda os motivos e cuidados necessários para evitar complicações, algumas até irreversíveis.
Boa circulação
O funcionamento do sistema circulatório tem como protagonistas as veias e artérias. Elas são as responsáveis por levar o sangue do coração para o resto do corpo e cumprir o trajeto inverso, sem um minuto de descanso.
Nesse vai e vem, o organismo recebe oxigênio e nutrientes. Isso sem falar que o sangue retira as toxinas e transporta, também, os hormônios. “Imagine uma máquina. Quando todas as peças estão em plena atividade, o equilíbrio está garantido. É assim com o nosso corpo”, afirma o diretor técnico da Angiomedi (Centro Integrado de Angiologia), no Distrito Federal, e cirurgião vascular, Dr. Antonio Carlos de Souza.
Circulação em diabéticos
Em diabéticos, esse processo de ida e vinda do sangue pode apresentar falhas devido à doença. O problema está no alto nível de açúcar. Acredita? O diabetes mal controlado pode levar a complicações na circulação e nos nervos. A lesão dos nervos pode provocar dores nas extremidades e até mesmo dormência. Por outro lado, o descontrole do diabetes, ao longo do tempo, pode levar ao entupimento nas artérias.
Complicações
O comprometimento da circulação sanguínea resulta em algumas complicações. Seguem as mais frequentes:
dores na panturrilha ao caminhar;
dores intensas, mesmo quando o paciente não está em movimento;
morte dos tecidos, quando há ausência de sangue nas extremidades dos membros – as úlceras e gangrenas;
riscos de amputação dos membros;
infecções graves nos pés;
pé diabético.
Cuidados
Haveria como evitar tudo isso? Algumas atitudes simples no dia a dia são aliadas nessa luta. Entre elas:
usar calçados confortáveis;
examinar os pés pelo menos duas vezes por semana;
olhar dentro do sapato antes de calçar (pode ter algo dentro que machuque);
não negligenciar pequenas lesões nos pés;
evitar ferimentos nos pés;
não retirar calos ou unhas;
evitar andar descalço;
redobrar a atenção e cuidados durante os períodos de baixa temperatura, como proteger as pernas e os pés do frio;
fazer exercícios nos dedos;
manter boa alimentação (priorizar as frutas, verduras e proteínas);
usar corretamente a medicação prescrita pelo médico;
controlar o nível de glicose.
Estatísticas
A Organização das Nações Unidas (ONU) publicou, em abril de 2016, relatório no qual constam os seguintes dados:
16 milhões de brasileiros, aproximadamente, têm a doença;
mulheres são mais vítimas do que homens;
72.200 brasileiros, acima de 30 anos, morrem por conta do diabetes;
422 milhões de adultos, no mundo, sofriam de diabetes em 2014. O número é quatro vezes maior do que em 1980.
in EcoDebate, 06/09/2016
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