SÃO LUÍS – Plantas medicinais e sabedoria popular são os
ingredientes de uma das exposições da SBPC Jovem, feira que apresenta trabalhos
científicos de estudantes de todo país, na 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência (SBPC). O Programa de Fitoterapia da Universidade
Federal do Maranhão (UFMA) é apresentado por jovens universitários do curso de
farmácia e utiliza plantas da flora maranhense para produção dos medicamentos
fitoterápicos.
“Trata-se de terapia alternativa, aplicada ao alívio de
doenças. Aproveitamos os saberes que a comunidade já tem e pesquisamos a melhor
forma de produzir os medicamentos e produtos fitoterápicos”, explicou
a estudante Marina Cristine Maranhão.
A partir do costume dos índios canelas de gargarejar infusão
de casca de romã para curar problemas de garganta, a coordenadora do programa,
Terezinha Rêgo, iniciou um trabalho que resultaria na tintura de romã (Punica
granatum). O produto é vendido por R$ 50 e distribuído gratuitamente à
comunidade que participa do programa trocando informações. “Essa é a nossa
forma de retribuir o conhecimento que recebemos”, disse Marina.
A essência de cabacinha é o carro-chefe da produção e
usado para tratamento de sinusite e rinite. O medicamento é produzido por meio
da infusão do fruto da cabacinha (Luffa operculata) em álcool. Além dele, mais
53 produtos fitoterápicos são produzidos e comercializados. De acordo com
Marina Maranhão, a cabacinha é uma das poucas plantas que não é colhida na
própria horta da universidade.
O Ministério da Saúde coordena a implementação, o
monitoramento e a avaliação do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos,
que estabelece as ações para as diretrizes da política nacional que leva o
mesmo nome. Em fevereiro de 2009, o ministério divulgou a Relação Nacional de
Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus), com plantas que apresentam
potencial para gerar produtos. Entre as espécies que constam na relação estão a
alcachofra (Cynara scolymus), a aroeira da praia (Schinus terebenthifolius) e a
unha-de-gato (Uncaria tomentosa), usadas pela sabedoria popular e confirmadas
cientificamente para distúrbios de digestão, inflamação vaginal e dores
articulares, respectivamente.
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