quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Artigo sobre Interações de Medicamentos com plantas medicinais e alimentos

Link para o artigo, com as respectivas referências: 

Autores: Rogério Hoefler* e Lenita Wannmacher**

Parte do artigo sobre interações plantas medicinais x medicamentos alopáticos

Interações de medicamentos com plantas medicinais e fitoterápicos A popularidade do uso de fitoterápicos e plantas medicinais torna importante o entendimento das potenciais interações entre esses produtos e os fármacos prescritos. A ocorrência de interações com fitoterápicos pode ser maior que as interações entre medicamentos, pois esses normalmente contêm substâncias químicas simples, enquanto quase todas as plantas (mesmo produtos contendo apenas uma planta) contêm misturas de substâncias farmacologicamente ativas.

Em revisão sistemática30 que avaliou publicações (relatos de casos, séries de casos e ensaios clínicos) sobre interações entre plantas medicinais e fármacos convencionais foram encontrados 108 casos de interações suspeitas, das quais 13% foram classificadas como “bem documen-tadas” e 18,5% como “possíveis” interações. Varfarina foi o fármaco mais comum (18 casos) e erva-de-são-joão, a planta mais comum (54 casos) nos relatos. Essa afeta a depuração de muitos fármacos, incluindo ciclos-porina, antidepressivos (predominan-temente ISRS), digoxina, indinavir e femprocumona. O mecanismo da interação é multifatorial. A planta parece induzir a atividade da enzima CYP3A4, embora os dados sejam conflitantes. Casos de síndrome serotoninérgica podem ocorrer, por exemplo, com a interação entre erva-de-são-joão e um ISRS.

Há razoável documentação sobre interações entre anticoagulantes cumarínicos e a erva-de-são-joão, Panax ginseng e Ginkgo biloba. Contudo, a maioria dos casos relatados provável-mente é fruto de efeitos anticoagulantes aditivos e não de interações propriamente ditas. Ginkgo biloba e alho interferem com a função plaquetária e estão associados com sangramentos, mesmo na ausência de varfarina ou outro anticoagulante.

Em muitos casos, não há mecanismo plausível para explicar o fenômeno observado e a causalidade é incerta.

Parte do artigo sobre interação de alimentos com medicamentos alopáticos

A via preferencial escolhida para a administração de medicamentos é a oral, entre outras razões, por sua comodidade e segurança. Assim, é de importância fundamental conhecer os fármacos cuja velocidade de absorção e/ou quantidade absorvida podem ser afetadas na presença de alimentos. 28 Nesse caso, a interdição de alguns alimentos ou a definição de horário de administração longe da ingestão de alimentos são medidas cruciais. Fármacos, incluindo antimicrobianos, antiácidos e laxativos, podem, por sua vez, afetar a absorção de nutrientes. 9

A absorção dos nutrientes e de alguns fármacos ocorre por meca-nismos semelhantes e frequentemente competitivos e, portanto, apresentam como principal sítio de interação o trato gastrintestinal. 29

Alimentos atrasam o esvaziamento gástrico e reduzem a absorção de muitos fármacos; a quantidade total absorvida de fármaco pode ser ou não reduzida. Contudo, alguns fármacos são preferencialmente administrados com alimento, seja para aumentar a absorção ou para diminuir o efeito irritante sobre o estômago. 2

Há muitos fármacos para os quais as interações com alimentos são inexistentes ou negligenciáveis. 28

Nenhum comentário:

Postar um comentário