Mais de 100 Jovens militantes do Movimento dos Pequenos Agricultores estiveram reunidos em Brasília/Br durante os dias 29 de março a 01 de abril na I Escola Camponesa da Memória, cujos grandes objetivos são denunciar que entre os anos de 1964 a 1988 o Brasil viveu o período de ditadura burgo-militar, que torturou e assassinou 1.196 camponeses, porém o estado somente reconhece 29 destes casos e os arquivos da ditadura até hoje permanecem secretos.
Em função das atrocidades cometidas neste período o MPA realiza a I Escola Camponesa da Memória como metodologia para recuperação da memória histórica para a juventude que não viveu aquele período, mas vive um mal crônico resultante dele, representada pela criminalização dos movimentos sociais, repressão a luta popular e pela imposição de megaprojetos que expulsam camponeses de seus territórios, entre outros. A intenção deste espaço de formação político-social é conhecer este momento histórico, a partir de uma visão popular para entender o presente e mudar o futuro.
A escola Camponesa da memória reúne mais de 100 jovens de 13 estados brasileiros, militantes de base do Movimento dos Pequenos Agricultores e conta também com participação do Levante Popular da Juventude, MST, Via Campesina e Comissão Camponesa da Verdade se somando aos debates sobre este período da história brasileira. A atividade faz parte do calendário de lutas do MPA e tem como finalidade relembrar e denunciar as atrocidades cometidas pelo estado contra a classe trabalhadora.
Para Beto, dirigente do MPA “a escola da memória é um marco no debate interno do MPA e na recuperação da memória histórica para a juventude de nossa base. Não é possível entender a realidade de hoje sem conhecer a história”, afirma.
Hugo Rocha que também é militante do MPA explica que no período da ditadura militar foram mortos 1.196 camponeses e camponesas no país, porém o estado somente reconhece 29 destes assassinatos. É em caráter de denuncia contra o estado e como forma de relembrar todo este período sangrento em nosso país que a juventude se reúne na escola da memória.
Os jovens militantes concentrados acompanham os relatos históricos que não são documentados nos livros de ciências sociais. Renata Cardoso militante do MPA comenta a importância da Escola ‘É uma atividade única poder conhecer a nossa verdadeira história, pois agora com bases mais sólidas eu enquanto jovem e militante do MPA me sinto mais preparada para colaborar com o movimento e com a classe trabalhadora em geral.
O segundo dia da escola é iniciado com o debate ‘Introdução ao Golpe Burgo-Militar’ com assessoria de Milton Pinheiro da Universidade Federal da Bahia (UFBA). ‘O Brasil, o campesinato não podem esquecer o que se passou em nosso país e nada mais justo que relembrar este fato após 50 anos do golpe’. Não podemos aceitar que isso seja apagado e muito menos permitir que isso se repita e por isso é necessário fazer com que estes fatos estejam presentes em nossas memórias afirma Milton.
Na sequência a juventude vai estudar o texto ‘Chamamento ao Povo’ de Carlos Marighela, assistir e debater sobre o vídeo ‘EBC Memórias da Ditadura’, palestras sobre ‘O processo Histórico da Ditadura’ com Gilnei Viana e ‘Os Camponeses e a Ditadura’ Com Sergio Sauer, além de oficinas de agitação, propaganda e ato público de denuncia.
Acompanhe a atividade pelo site www.mpabrasil.org.br e pelo facebook http://on.fb.me/14LINQI.
Para maiores informações escreva-nos; comunicacao@mpabrasil.org.br, mpabrasil@mpabrasil.org.br.
Por comunicação MPA
EcoDebate, 02/04/2014
Link:http://www.ecodebate.com.br/2014/04/02/movimento-dos-pequenos-agricultores-realiza-i-escola-camponesa-da-memoria/
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