quarta-feira, 21 de maio de 2014

Marcela

Nome científico: Achyrocline satureioides (Lam.) DC.

Nomes vernaculares: marcela, macelinha, macela, alecrim-de-parede, camomila-nacional, macela-da-terra.

Características botânicas: pode chegar até 120 cm de altura, possui ramos cilíndricos, costados, lanosos. As folhas são simples, alternas, sésseis, de margens inteiras, base truncada; face adaxial tomentosa e face abaxial canescente. Os capítulos são disciformes, sésseis, em corimbos densos; invólucro cilíndrico, medindo entre 5 e 6 mm de comprimento, de 1 a 2 mm de diâmetro, brácteas involucrais hialinas, ovadas a lanceoladas, glandulosas, margens inteiras, base lanosa; receptáculo plano, foveolado, glabro. Flores marginais, de coloração amarelada, corola filiforme, internamente glabro, ramos do estilete cilíndricos, ápice truncado, glabro.

Origem: América do Sul incluindo o Brasil. Ocorre nas regiões Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro) e Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul).

Aspectos agronômicos: é heliófita, ruderal, cresce em pastagens, terrenos baldios e capoeiras. Floresce no verão/outono e possui dispersão das sementes de forma anemocórica. As sementes são fotoblásticas positivas e a propagação gâmica é mais utilizada para cultivos. É considerada “espontânea” no Sul do país devido a sua capacidade de desenvolvimento em solos arenoso, argiloso, pedregoso e até em áreas semi-halófitas próximas ao mar. Porém, desenvolve-se melhor em solos férteis e com bom teor de umidade.

Composição química: as sumidades floridas dessecadas contém ao redor de 0,75% de óleo essencial, o qual é composto por diversas substâncias químicas, entre elas: cariofileno, óxido de cariofileno, D-cadineno, cariatina, germacreno-D, α-pineno, salveno, ácido crotônico, farneseno, terpenoides, cumarinas, flavonoides entre outras. Os flavonoides são encontrados em maior concentração nas inflorescências e na parte aérea de marcela. Entre os principais estão: isonafaliina, quercitina, galangina-3-metiléter, ácidos polifenóicos, quercitina, luteolina, galangina, ésteres de colerianina e isognaftalina.

Importância farmacológica: hepatoprotetora, calmante, digestiva, bactericida, colagoga, antimicótico, antiespasmódica, anti-inflamatória, sedante e antiviral.

Importância econômica: é considerada planta símbolo do estado do Rio Grande do Sul, além de possuir importância econômica em que a inflorescência, quando macerada, fornece um refresco saboroso. Da inflorescência também pode ser extraído um corante natural para tingir lãs e tecidos. Seu aroma é peculiar, sendo toda parte aérea utilizada como enchimento de travesseiros, almofadas, colchões e em sachês para afastar insetos. Além disso, é uma das plantas medicinais mais vendidas no Rio Grande do Sul. Também é consumida na forma de chá.

Etnofarmacologia: muito utilizada pelos índios da América do Sul, como digestiva, antiinflamatória, antiséptica, emenagogae emagrecedora. É uma tradição, que sua coleta seja feita na sexta-feira Santa, para que se obtenha o máximo de benefícios com seu uso.

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