Comparado com as aplicações terapêuticas em seres humanos, as plantas ainda são pouco estudadas quanto ao uso na cura ou na prevenção de doenças em animais. No entanto, muitas comunidades possuem conhecimento sobre o tema, e aplicam espécies vegetais na forma in natura ou em preparados em seus animais com os objetivos de tratá-los, prevenir ou combater parasitas ou até mesmo como complementação na alimentação. Tanto por parte de profissionais quanto por criadores, se observa nestas duas últimas décadas maior atenção ao uso de produtos naturais na medicina veterinária.
Dentre as espécies conhecidas há milênios, se destaca a salsinha, denominada cientificamente por Petroselinum crispum e pertencente à família Apiaceae. A salsinha, ou salsa, tem alguns de seus usos na medicina humana já comprovados cientificamente, como, por exemplo, diurética, antioxidante e antitérmica, sendo, inclusive, utilizadas em alguns projetos oficiais de fitoterapia.
Apesar de ser comum em nossas hortas, a salsinha é de origem europeia, mais especificamente das regiões do Mediterrâneo. Por aqui se aclimatou e ficou famosa devido aos usos na culinária. Atualmente, encontramos disponível no mercado cultivares de salsinha, tanto do tipo lisa quanto crespa.
Quanto à sua composição química, é considerada excelente fornecedora da pró vitamina A, possui óleo essencial com substâncias, como, por exemplo, o apiol e a miristicina e alcoóis terpênicos (mono e sesquiterpenos)}. Também apresenta flavonóides como a apigenina e a luteolina.
Usos tradicionais
No tratamento de animais, criadores utilizam a planta na forma de infuso para tratamento de mastite nas tetas das vacas, para cólicas em animais, como cicatrizante utilizando o sumo de suas folhas frescas e na forma de cataplasma das folhas frescas para induzir a lactação em cadelas (BOELTER, 2010).
Cataplasma é uma forma comum de aplicar plantas medicinais em animais. O cataplasma se trata de colocar no local da lesão uma substância pastosa (geralmente aquecida), que também pode ser o extrato ou a planta medicinal fresca esmagada, entre dois panos. Mas há outras maneiras de usar o cataplasma, pois depende da doença. No caso de plantas, estas podem ser misturadas com farinha e óleos vegetais, óleos minerais ou água, até se formar uma pasta que é aquecida e depois aplicada.
Pesquisas e usos oficiais
No mercado internacional há medicamentos veterinários contendo salsa, como único ingrediente ou em compostos disponíveis, e com as seguintes recomendações em animais, e respectivas referências:
Cólica e indigestão, flatulência, para promover apetite e digestivo, insuficiência renal, cálculo renal, dentre outros (http://www.denes.com/pdfs/HERBAL-GUIDE-FOR-VETS.pdf).
Como medicamento homeopático (com outras espécies vegetais) para problemas relacionados ao sistema urinário (http://www.biopathica.co.uk/documents/vetguidefinal.pdf).
Relatos ou pesquisas sobre efeitos colaterais com o uso da salsa
Indução de fotossensibilidade em aves (http://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/03079458808436437)
Não deve ser consumido por papagaios (http://www.ervanarium.com.br/planta/108/salsa)
Apesar de não ser recomendada para aves, o uso da salsinha na suplementação de forragem em coelhas reprodutrizes aumentou o peso das ninhadas (PINTO et al., 1979).
O texto tem o objetivo de relatar informações sobre a aplicação da salsa em animais, e não deve servir como recomendação. Para tratar os animais, é imprescindível a orientação do Médico Veterinário.
Referências
BOELTER, R. Plantas Medicinais Usadas na Medicina Veterinária. 2 ed. São Paulo: Andrei. 2010
PINTO, G. C.; REAL, C.M.; ROEHER, R.; DALECK, C.R. Efeito do Petroselinum sativum na alimentacao de Oryctolagus cuniculus domesticus. Científica, v. 7, (suplemento), p.11- 5, 1979.
Texto
Caroline Cattani e Fernanda Delavy– acadêmicas Medicina Veterinária da UNIGUAÇU
Érica Lamari – Farmacêutica
Marcos Roberto Furlan – Engenheiro Agrônomo
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