Fonte: Equipe Ideias na Mesa - Quinta-feira, 10 de Dezembro de 2015
O Jacatupé é uma batatinha muito saborosa e muito proteica, que era muito utilizada na fabricação de farinha no Brasil; da Araruta se extraia o polvilho, usado para fazer biscoitos e mingaus leves saborosos; já o Mangarito, ah, o Mangarito, é uma raiz cheia de dedinhos, cujo sabor lembra o das castanhas portuguesas. Quem conta é o agrônomo Nuno Rodrigo Madeira, da Embrapa Hortaliças, integrante de uma equipe de profissionais que são verdadeiros caçadores de tesouros da tradição alimentar brasileira, como esses. Segundo ele, o quase desaparecimento de várias plantas se deu em função da mudança de hábitos alimentares a partir de um intenso processo de urbanização e do crescente consumo de produtos industrializados.
O trabalho de pesquisa e desenvolvimento realizado pela Embrapa vem ajudando a promover o resgate de plantas comestíveis e hortaliças tradicionais, apoiando o fortalecimento da soberania e da segurança alimentar e nutricional. O pesquisador, um dos convidados do 1o. Encontro Ideias na Mesa, realizado por ocasião do terceiro aniversário da Rede, diz que o trabalho vem sendo executado por meio de inúmeras parcerias com associações de produtores, universidades e principalmente extensionistas.
Essa rede vem alcançando bons resultados como, por exemplo, a formação de 20 bancos de germoplasma, onde são guardadas as espécies e variedades em extinção, só no estado de Minas Gerais. "Essas são plantas e hortaliças não convencionais, que vem caindo no esquecimento e nós temos um trabalho de preservação dessas coleções. Milhares de agricultores já tiveram acesso a essas mudas", comemora.
A equipe da qual Nuno Madeira faz parte vem colaborando com cartilhas, manuais e publicações como a nova edição do livro Alimentos Regionais Brasileiros, publicada pelo Ministério da Saúde. A publicação reúne informações das mais variadas espécies de frutas, hortaliças, leguminosas, tubérculos, cereais e ervas existentes em nosso país. A obra também tem o objetivo de estimular o desenvolvimento e a troca de habilidades culinárias, resgatando e valorizando o ato de cozinhar e apreciar os alimentos, seus sabores, aromas e apresentações, tornando o ato de comer cada vez mais prazeroso.
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