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Postado por: Carolina Pignatari
Olá, leitores do Canal do Ensino!
Você gosta do sistema de educação do Brasil? Bom ou ruim, ele está aí e temos sempre que lutar para melhorá-lo, atualizá-lo. Para ter uma ideia de como é oensino no resto do mundo, conheça aqui 10 sistemas de educação em vigor atualmente.
A cada 3 anos, a PISA (Programme of International Student Assessment – Programa de Avaliação Internacional de Estudantes) faz uma avaliação internacional de programas educacionais oferecidos pelo mundo. O exame testa as habilidades e conhecimentos de estudantes com idade em torno de 15 anos de mais de 70 países em leitura, matemática e ciências.
Os programas educacionais ainda podem escolher testar seus alunos em resolução criativa de problemas e/ou conhecimentos financeiros.
Teste sobre educação
O teste é aplicado em escolas aleatórias em todo o mundo e é uma mistura de questões de múltipla escolha e respostas abertas. A avaliação do PISA não se baseia em qualquer tipo de currículo escolar particular. Em vez disso, o objetivo é medir o quanto os alunos no final do ensino obrigatório (15 anos de idade em muitos países) aplicam o que aprenderam para habilidades na vida real.
Veja abaixo os 10 países com melhores resultados no teste PISA de 2012 e saiba o que eles fazem para estudantes, professors e escolas cada vez melhores.
Sistemas de educação no mundo
No Canadá, não há muita diferença racial, étnica, ou relacionada a status socioeconômico nos resultados do PISA. O sistema de educação canadense é descentralizado, ou seja, cada província e território tem o controle sobre currículo. No entanto, as províncias usam umas às outras como modelos e valores de referência quando vão elaborar novas práticas. Os governos regionais trabalham juntos de forma rigorosa para manter o recrutamento e formação de professores. Engajamento familiar, prevenção do abandono escolar e iniciativas de tecnologia também são a frente e o centro de algumas das últimas reformas da educação do Canadá.
As iniciativas educacionais na Finlândia reconhecidamente se destacam no cenário mundial. De fato, desde que a Finlândia ficou em primeiro lugar nos resultados do PISA em 2000, o Ministério da Educação na Finlândia teve de formar uma unidade inteira dedicada apenas a ajudar os estrangeiros com seus pedidos para compreender melhor o sistema educativo finlandês. A autonomia escolar e formação de professores são os pilares para o sucesso na Finlândia. As escolas podem escolher seus próprios livros, livros didáticos e materiais curriculares. Os professores são obrigados a ter mestrados. Devido à extensão da formação e preparação de um professor, eles têm bastante liberdade na forma como organizam sua classe.
O sistema educacional japonês há muito tempo foca em preparar os alunos para o mercado de trabalho futuro e participação na sociedade. Essa sociedade japonesa é baseada na meritocracia e leva as pessoas a buscarem o melhor de suas habilidades, para que possam ter as oportunidades por seu próprio trabalho. O curriculum japonês é famoso por ser bastante rigoroso e denso. Os estudantes de lá aprendem a fundo sobre culturas do mundo inteiro. Além disso, os programas de matemática e ciências no país são extremamente exigentes. Os alunos trabalham duro para ganhar a aceitação da família, amigos e colegas de classe. O curriculum no Japão tende a se concentrar tanto sobre como fazer algo (baseado em habilidades) até porque algo funciona (baseada na aplicação).
A Polônia foi classificada abaixo da média na primeira avaliação do PISA em 2000. Já em 2012, entrou para o top 10 dos sistemas educacionais do mundo. Uma das reformas que ajudou a Polônia crescer foi livrar-se da estrutura escolar que existia sob o regime comunista, onde somente 20% dos estudantes que tiravam as melhores notas em um teste de alto risco feito aos 14 anos, poderia continuar sua educação, enquanto o resto entraria escola profissional. Hoje, os alunos na Polônia vão para a escola até os 15 anos de idade, momento em que lhes são dadas quatro opções para continuar a sua educação, cada uma delas levam à oportunidade de fazer os exames de admissão à universidade. Além disso, a formação de professores se expandiu para se concentrar em ambas as habilidades técnicas e vocacionais, bem como sobre a forma de ajudar os alunos em uma economia global forte. A Polônia também tem uma meta de expansão da educação na primeira infância para que 90% das crianças de 4 e 5 anos idade estejam matriculadas até 2020.
Em seus 50 anos de existência como país independente, Cingapura passou por três reformas educacionais distintas para leva-la ao top 10 dos melhores programas educacionais do mundo. Primeiro, Cingapura queria melhorar a alfabetização. O país quis fornecer mão de obra barata para o mercado mundial e sabia que os trabalhadores precisavam ser alfabetizados. A próxima fase foi desenvolver um sistema de ensino de qualidade com taxas de retenção alta de estudantes. Para isso, o país juntou os alunos em grupos de capacidades chamados “fluxos.” Os professores focavam em ensinar um nível de aprendizagem de cada vez. Currículo e materiais foram então desenvolvidos para cada “fluxo de alunos”. Até 2008, a terceira fase da reforma começou. Os grupos de alunos foram abandonados e as escolas focaram em ensinar os alunos mais profundamente, com material mais conceitual. Artes e esportes foram introduzidos na escolaridade e o desenvolvimento de docentes foi fortemente financiado.
A Estônia ganhou a independência apenas em 1992. Desde então, o país tem trabalhado para reconstruir seu sistema de ensino. Eles se concentram em três áreas principais: o desenvolvimento de um novo currículo nacional; formação de professores em práticas inovadoras e modernização do ensino profissional. O novo currículo se concentra não só em práticas tradicionais, mas também em habilidades pessoais, como gestão de tempo e comunicação. A formação de professores é focada em habilidades de pensamento crítico em uma nova economia de alta tecnologia.
Hong Kong tem tido um papel importante nos setores de negócios e finanças globais por algum tempo. Mas a cidade começou a perceber que já tinha pagado o preço com o mercado de trabalho barato e precisava se concentrar em educar seu povo. As principais reformas começaram com o fornecimento de educação para mais do que apenas uma pequena elite. Com isso, a educação secundária e superior tornou-se quase universal. Uma mudança da mera memorização de conteúdo para habilidades de pensamento de nível superior começou na década de 1990. Os alunos agora são testados não só com as avaliações tradicionais, mas também com aplicações da vida real. O sistema educacional de Hong Kong valoriza o aprendizado construtivista e os alunos podem treinar e praticar suas diversas habilidades.
Sob a ocupação japonesa, os sul-coreanos não foram autorizados a ensinar ou a frequentar a escola secundária. Quando o Japão saiu do país, mais de 78% da população da Coreia do Sul era analfabeta. Embora eles tivessem tentado começar seu próprio programa educacional, a guerra entre a Coréia do Norte e do Sul na década de 1950 devastou o que seria esse novo começo. Quando a Coreia do Sul foi finalmente capaz de projetar seu sistema educacional, eles fizeram isso de maneira rigorosa e cheia de testes. Estudantes na Coréia estudam mais horas do que em qualquer outro lugar no mundo. Existe uma enorme pressão para um bom desempenho, tanto no acesso a oportunidades futuras como também para evitar envergonhar sua família. O sul-coreano gasta cerca de metade do que a América gasta por aluno, mas as famílias frequentemente contribuem com um adicional de 15% desse montante para aulas particulares e escolas no fim de semana.
Esta cidade chinesa é única em muitos aspectos. São levados em conta a escolha e os questionamentos de cada um como pilares da educação. No final da década de 1980, Xangai começou a dar aos alunos a possibilidade de maior escolha no currículo. Nos anos 1990, a cidade começou a integrar cursos de Ciências e Humanidades para estimular o questionamento dos alunos. Estas mudanças levaram a estudantes que simplesmente adquiriam informações para aqueles que trabalharam ativamente para usar os seus conhecimentos de forma produtiva. Formação e desenvolvimento de professores tem sido outra marca registrada do sistema de ensino Xangai ao longo dos últimos 20 anos. Professores de lá são encorajados a fazer atividades mais construtivas para promover a aprendizagem.
Esta pequena ilha sempre teve poucos recursos naturais, de modo que o governo gasta bastante dinheiro em educação para que o povo de Taiwan tenha algo a oferecer à economia global. Taiwan se considera uma “economia do conhecimento”. Programas de escolarização de Taiwan incluem: 12 anos de educação obrigatória, currículo controlado localmente, educação infantil, artes, salas de aula com tecnologia e subsídios para que estudantes de baixa condição socioeconômica possam frequentar escolas melhores.
No final das contas, os melhores sistemas educacionais do mundo têm muitas coisas em comum, incluído a ênfase no currículo escolar, preparação de professores e a grande vontade de reformar o sistema quando preciso.
No entanto, cada país que aparece nesta lista usa seus recursos e conhecimentos de várias maneiras diferentes. Isso mostra que quando o governo se importa o bastante para investir em um sistema educacional próspero e criativo, não existe um “jeito certo” de fazer. Só é preciso saber quando a mudança é necessária e a vontade de ir atrás e fazê-la.
E aí? O que você achou desses sistemas de educação? Acha que daria certo aqui no Brasil?
Até mais.
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