terça-feira, 17 de maio de 2016

Alimentos no combate ao estresse oxidativo

Engenheira de Alimentos Carolina Valéria Nujo


Nosso corpo é formado por bilhões de células mantidas juntas por pontes de elétrons. Algumas vezes essas moléculas possuem uma “junta” frágil que pode partir-se resultando em uma molécula instável, carente de um elétron. Essa molécula é conhecida como radical livre, sendo livre e altamente reativa e que pode causar danos em vários tecidos (sanguíneo, cerebral, cutâneo etc.). 

Há dois tipos de fontes que contribuem para a geração de radicais livres: a endógena e a exógena.

  • Endógena: respiração aeróbica (cadeia respiratória), inflamação (a partir de células fagocitárias), citocromo P- 450, Relacionada com a ação antibactericida (principalmente na membrana do RE do hepatócito) e peroxissomos: Em seu interior encontram-se enzimas oxidativas que retiram o átomo de hidrogênio de determinados compostos orgânicos formando H2O2.
  • Exógena: estresse, falta de sono, dieta, raios X e ultravioleta, poluição, herbicidas e químicos, cigarro, sedentarismo.

Ao procurar substituir o elétron que está ausente, os radicais livres começam a atacar as células vizinhas. Quando as células atacadas cedem seu elétron, elas se transformam em novos radicais livres. Isso pode ocasionar uma reação em cadeia resultando em danos em milhões de células próximas. Essa reação em cadeia é conhecida como estresse oxidativo, considerada como uma das causas principais de muitas doenças que atacam nosso corpo sadio, como, por exemplo, artrite, inflamação, câncer, envelhecimento precoce e problemas cardiovasculares.

E como nos podemos nos proteger desses radicais livres? 

Bem, se esse processo ocorre por conta da oxidação, a resposta seria a anti-oxidação. Isto se realiza por meio do consumo de antioxidantes. Os antioxidantes interrompem essa reação em cadeia ao doarem um de seus próprios elétrons ao radical livre. Isso somente é possível porque o antioxidante não se torna um novo radical livre ao doar o seu elétron, permanecendo estável. Nosso organismo também possui o próprio sistema antioxidante, através da superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase, que são antioxidantes enzimáticos e necessitam de alguns minerais para funcionarem devidamente, como manganês, magnésio, cobre e zinco. Uma dieta balanceada é de extrema importância tanto para evitar a deficiência desses minerais no organismo, quanto para a ingestão de antioxidantes provenientes dos próprios alimentos, evitando assim o stress oxidativo e enfermidades relacionadas ao mesmo.

São consideradas agentes antioxidantes as vitaminas A, C e E, a clorofilina, flavonoides, carotenoides, curcumina, catequinas, dentre outros. Essas substâncias são encontradas principalmente em frutas, verduras, legumes, chás e condimentos, os quais podem ocorrer naturalmente ou ser introduzidos durante o processamento para o consumo. 

Um grupo de pesquisadores criou um teste a fim de medir a capacidade que o antioxidante tem pacificar os radicais livres em nosso organismo, chamado de Teste de Capacidade de Absorção de Oxigênio ou teste ORAC. Embora a relação exata entre o valor ORAC de alimentos e seus benefícios para a saúde ainda não esteja claramente estabelecida, acredita-se que os alimentos mais elevados na escala atuam de forma mais eficaz em neutralizar os radicais livres, retardando o processo oxidativo e seus danos que podem contribuir para a degeneração relacionada à idade e inúmeras patologias. Os alimentos que apresentam maior valor ORAC são especiarias e temperos como cravo, canela, orégano, gengibre, cacau não processado; frutas como acai, uva passa, amora, framboesa e morangos.

Referências bibliográficas








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