segunda-feira, 16 de maio de 2016

Plantas no artesanato - como fonte de corantes - I

Texto: Engenheiros Agrônomos Carolina do Prado Maciel Leme e Marcos Roberto Furlan

Nossa flora proporciona uma grande possibilidade de uso no nosso dia a dia. Além de uso, por exemplo, na culinária, na ornamentação dos jardins, em rituais religiosos, no controle de pragas da agricultura, no tratamento das doenças e na cosmética, os vegetais também são utilizados na produção de artesanato.

O uso das plantas nos artesanatos ocorre desde o início da civilização, sendo que os pigmentos naturais têm sido utilizados há mais de 30 mil anos. A valorização dos produtos naturais no tratamento das doenças, também tem influenciado que se use no artesanato fontes também naturais. No entanto deve ser ressaltado o cuidado na utilização de espécies espontâneas, tendo em vista principalmente a preservação das mesmas em seu ambiente natural, pois a coleta excessiva pode resultar até na extinção da espécie. 

Considerando o artesanato, as plantas podem fornecer corante tendo em vista a sua composição química. Uma das espécies que pode ser utilizada para extração de corantes, apesar de potencial como alimento, não é muito conhecida, mas vegeta espontaneamente em muitas regiões do Brasil, e, curiosamente, é comum em lixões. Seu nome científico é Phytolacca thyrsiflora Fenzl., e possui vários nomes populares, como, por exemplo, fruta-de-pombo, caruru-de-cacho, caruru-roxo, erva-de-rato tintureira. Um outro nome popular, tinge-ovos, é referência para seu uso como corante. 

Um dos relatos do uso da planta como corante vem do século XVIII. O francês Sarrabat, padre jesuíta, em 1773, colocou raízes de plantas vivas em suco vermelho, obtido dos frutos de Phytolacca sp (Phytolaccaceae). Observou a coloração dos vasos, da raiz até as folhas e os estames (coloração vital), tendo publicado os seus achados na obra: Sur la circulation de la sève des plantes.(1) 

Referências
1. ROSMAN, F. B. Corantes biológicos. Disponível em: http://www.sbhistotecnologia.bio.br/v2/painel/arquivos2/palestra_00000015_002.pdf. Acesso em: 17 de mai 2016.

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