sexta-feira, 15 de junho de 2018

Curiosidades Violeta Doce. Boletim PLANFAVI, n. 45, jan/mar 2018

A violeta-doce (Viola odorata L., família Violaceae), uma planta de Afrodite, divindade grega que simboliza o amor, a fertilidade e a beleza, tem suas flores cristalizadas em açúcar relacionadas à propriedade afrodisíaca. Conta a história, que Napoleão Bonaparte e suas duas esposas apreciavam suas flores, e selecionaram-na como símbolo dos napoleônicos. Lendas a respeito desta planta são fartas. 

Nativa na Europa, Ásia e África, não deve ser confundida com a violeta africana, esta de folhas carnosas e, que muitas vezes, usa-se na ornamentação em residências. Esta planta ornamental é a Saintpaulia ionantha H.Wendl., pertencente a outra família, a Gesneriaceae. 

O aroma das flores da violeta-doce difere do das folhas. O das flores, onde se tem destacado a presença de terpenoides como as iononas, varia do nuance doce a amadeirado. O óleo absoluto de flores ou folhas encontra uso na composição de fragrâncias. 

A medicina tradicional, desde tempos imemoriais, como os dos escritos de Santa Hildegarda e da medicina persa, tem empregado suas flores como antitussígeno e expectorante e, as folhas como emolientes. A fitoterapia atual tem atribuído à violeta-doce atividades, tais como, sedativa, anti-inflamatória, analgésica e antimicrobiana, que podem estar relacionados aos componentes do óleo volátil, flavonoides, alcaloides e saponinas. 

Recentemente, pesquisadores têm verificado a sua atividade na redução de tumores e potencial uso no tratamento da hiperplasia benigna de próstata, mas, destaque-se que em doses inadequadas pode causar sérios distúrbios gastrointestinais entre outros ainda desconhecidos. 

Ansari & Emami. 2016. β-Ionone and its analogs as promising anticancer agents. European Journal of Medicinal Chemistry. v. 123, p. 141-154. 

Fellipe, G. 2004. No rastro de Afrodite. Senac, SP. 

Feyzabadi et al. 2017. A critical review on phytochemistry, pharmacology of Viola odorata L. and related multipotential products in traditional Persian medicine. Phytotherapy Research, v. 31, p.1669–1675.

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