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Rômulo Costaromulocosta@opovo.com.br
CAMILA DE ALMEIDA
Lucas Brito cultiva horta em casa e acredita ns plantas como alternativa de cura
Dor de cabeça se cura com paracetamol. Essa lógica fazia muito sentido para Lucas Brito, de 29 anos. Não importava a intensidade, antes de pensar que a dor lhe aperrearia o juízo ele já se automedicava. O hábito só mudou quando o educador percebeu que a natureza poderia suprir as necessidades básicas de saúde. Formado em Biologia, Lucas decidiu acreditar nas ervas medicinais como alternativa de cura. E não só.
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A alimentação também se transformou. Ele passou a buscar produtos mais orgânicos, plantados ali, no quintal de casa. O lar virou mercado e também farmácia. “Fiz isso porque não é só substituir o paracetamol pelo chá de hortelã. É preciso cuidar do corpo também com a alimentação correta. Deixá-la mais saudável”, ensina.
Agora, se o filho está gripado, um banho com o chá da alfavaca ajuda a reduzir a febre e a aspiração de eucalipto descongestiona o nariz. Se a cólica lhe tira o sono, chá de boldo pode trazer alívio. Tudo plantado e colhido na própria casa. “É uma recuperação em outro tempo. Pode ser um pouquinho mais demorado, porém é mais equilibrado. Ajuda a fortalecer o organismo”, defende.
Tratamento pela natureza
O uso de ervas medicinais no tratamento de doenças não é de agora. Em tempos em que o remédio sintético ainda nem existia, era das plantas que as comunidades retiravam a cura e mantinham o corpo são. O crescimento da indústria farmacêutica acabou reduzindo a possibilidade de tratamento pela natureza, processo acompanhado ainda pelo crescimento dos centros urbanos. “Quem perde com isso é a comunidade, que acaba deixando de ser atendida por fitoterápicos”, acrescenta a professora Mary Anne Bandeira, do Departamento de Farmácia, da Universidade Federal do Ceará (UFC).
“Podemos, por exemplo, fazer um tratamento de doença crônica associado a determinados tipos de chá. Isso pode melhorar a condição de saúde”, une-se a médica homeopata Erotilde Honório, que costuma receitar ervas medicinais aos pacientes. Para ela, o uso conjunto pode até reduzir a quantidade de medicamentos ingeridos. Mas, alerta: para isso, é preciso acompanhamento médico.
Nesta edição, o Ciência & Saúde mostra como as pesquisas se valem da sabedoria popular para comprovar o poder medicinal das ervas. Abordamos ainda quais os cuidados básicos que as pessoas devem ter quando se valerem das plantas como medicamentos. A forma correta de usar esses produtos também é um dos temas abordados.
30.08.2015
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