30 NOVEMBRO, 2012
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Quantas vezes já ouviu a expressão «é bom para chuchu»? Provavelmente muitas vezes. Os brasileiros usam-na muito para qualificar algo de bom ou como substituição do advérbio de quantidade, muito.
E, agora vejamos, quantas vezes já comeu chuchu?
A avaliar pela minha experiência, a contagem deve ficar pelo 10: dez vezes que devo ter comido este legume de fruto, sobretudo devido a ofertas circunstanciais e duas viagens à região onde é abundante, a América Latina.
Talvez por coincidência ou não, na última semana, voltaram a oferecer-me 4 unidades da espécime verde-clara, depois, no mercado local onde vou ao sábado de manhã e na zona dos frescos no hipermercado deparei-me novamente com eles; por fim, no cabeleireiro, assisti a uma conversa onde houve partilha de receitas com chuchu e preferências na sua utilização.
Mas, na realidade, não foi uma coincidência: na verdade, esta é a altura de colheita do chuchu, portanto encontram-se mais disponíveis para consumo e em maior estado de frescura. O chuchu pode ter coloração verde-clara (como os que comi ontem!), verde-escura, branca ou creme.
Até que ponto podemos beneficiar em introduzir o chuchu na alimentação?
É mais uma opção a considerar para a lista de alimentos de origem vegetal a consumir, cuja presença deve ser maioritária em relação aos outros grupos alimentares. A variedade deve ser uma das regras básicas da alimentação saudável e, por sua vez, dá um pequeno contributo para a sustentabilidade agrícola e ambiental.
É quase nula a literatura científica sobre o chuchu ao nível da sua composição em fitoquímicos, apesar de ser um vegetal comum na alimentação nos países da América do Sul, na Austrália, China, Índia e sul de Itália.
Há referências em alguns estudos, não muito recentes, sobre os potenciais benefícios do consumo de chuchu: efeito diurético, anti-inflamatório e cardiovascular.
Enquanto se aguardam informações mais detalhadas sobre os possíveis efeitos do chuchu na saúde, podemos dirigir a atenção para a qualidade nutricional.
Incluir o chuchu nos estufados, nas sopas ou em saladas pode representar uma refeição mais nutritiva. O chuchu é muito rico em água e fibras (93,4 g e 2,8 g respetivamente por cada 100 g de fruto após cozedura), que se fazem acompanhar por apreciáveis quantidades em vitamina C e folatos (8 mg e 18 µg /100g), entre pequenas quantidades de diversos minerais e vitaminas.
A água e as fibras são indispensáveis na alimentação diária para o funcionamento normal do intestino. Estes dois nutrientes devem estar disponíveis em quantidades razoáveis para que o intestino desenvolva confortavelmente as suas múltiplas tarefas, refletindo-se através de um trânsito intestinal regular. É aqui que o chuchu pode dar uma ajuda.
E já conto com a minha 11ª experiência com o chuchu: estufado com camarões, muitos coentros e alguns dentes de alho.
Referências: USDA 2012. Composition of Foods Raw, Processed, Prepared USDA National Nutrient Database for Standard Reference, Release 25.In, Agricultural Research Service.; Siciliano T, De Tommasi N, Morelli I, Braca A. Study of flavonoids of Sechium edule (Jacq) Swartz (Cucurbitaceae) different edible organs by liquid chromatography photodiode array mass spectrometry. J Agric Food Chem. 2004 Oct 20;52(21):6510-5.; Ordonez AAL, Gomez JD, Vattuone MA, Isla MI 2006. Antioxidant activities of Sechium edule (Jacq.) Swartz extracts. Food Chemistry, 97(3): 452-458.
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