Por Gabriela Pastro, especialista em ervas aromáticas e especiarias
Consideramos plantas bioativas aquelas que produzem substâncias responsáveis por alterarem o comportamento de outras plantas e/ou de animais do seu entorno. Portanto, entram neste grupo as plantas aromáticas, quais podem ter função condimentar, medicinal, inseticida e fungicida.
Conhecemos estas substâncias como sendo óleos essenciais (óleos voláteis), quais são produzidos pela planta tanto para afastar herbívoros como para atrair polinizadores. Eles fazem parte do metabolismo secundário da planta. Dividimos seu metabolismo em primário e secundário. O primário é responsável pelos processos de crescimento, desenvolvimento e reprodução da planta, já o secundário tem relação com picos críticos de sobrevivência da planta, ou seja, as substâncias biotivas são produzidas quando a planta está em risco de vida, como sob um ataque de herbívoros.
Devido a capacidade que alguns bioativos têm de afastar pragas e doenças as plantas bioativas são de grande interesse dos agricultores, delas podem-se fazer caldas naturais. Uma das plantas bioativas mais conhecidas na agricultura orgânica é o nim (Azadirachta indica), qual é capaz de afastar da horta uma gama muito grande de insetos, fungos e nematoides.
Outra forma de aproveitarmos os benefícios das substâncias bioativas no jardim, além do uso das caldas naturais, é através do cultivo em consórcio, qual consta em plantar entre as outras plantas espécies capazes de repelir pragas e doenças, atrair insetos benéficos, como abelhas, joaninhas e libélulas, e controlar a presença de matos espontâneos. Por exemplo, o plantio de tagetes (Tagetes sp.) no jardim é capaz por afastar nematoides, vermes cilíndricos capazes de danificar as raízes, do solo.
Além do controle ecológico no jardim, as substâncias bioativas são de suma importância na medicina popular, sendo a base da criação de diversos fármacos hoje amplamente utilizados. Um exemplo é a erva-baleeira (Cordia verbenacea), qual é utilizada desde os primórdios pelas populações tradicionais como anti-inflamatório e cicatrizante natural. Desta planta se retira a substância bioativa alfa-humuleno, um dos principais constituintes do medicamento Acheflan®, pomada usada para tratar dores musculares. Outra forma de adicionar estas substâncias no nosso dia a dia é através do uso das plantas aromáticas como condimento.
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