sábado, 30 de julho de 2016

Avaliação da Embrapa aponta que integração lavoura-pecuária-floresta proporciona mais lucros

Sistema tem como base lavoura-pecuária-floresta. Instituto avaliou quatro unidades de referência tecnológica e econômica
Na Fazenda Dona Isabina (MT), para cada um real investido pelo proprietário no sistema integrado, no período de 2005 a 2012, o lucro foi de R$ 0,53. Foto: Bruno Lobato/Embrapa

O retorno do investimento feito pelos produtores que adotam sistemas integrados de produção como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é maior do que daqueles que utilizam apenas a lavoura ou pecuária. O resultado foi identificado na Embrapa Agrossilvipastoril por meio da avaliação de quatro Unidades de Referência Tecnológica e Econômica (URTE) em Mato Grosso.

Na Fazenda Dona Isabina, em Santa Carmem (MT), por exemplo, para cada um real investido pelo proprietário no sistema integrado, no período de 2005 a 2012, o lucro foi de R$ 0,53. Já a fazenda modal da região, com agricultura exclusiva, nesse mesmo período teve um prejuízo de R$ 0,31 por real investido. O lucro anual de cada hectare na ILPF foi de R$ 230, muito superior ao prejuízo anual médio de R$ 116 da sucessão soja e milho.

Trabalhando com ILPF, a Fazenda Brasil, em Barra do Garças (MT), também obteve resultados superiores aos da fazenda modal da região, com retorno de R$ 0,89 por real investido contra R$ 0,35 registrados na propriedade de comparação.

De acordo com Júlio, os dados avaliados mostram que a ILPF tem todas as condições de ser lucrativa, mas também reforçam a necessidade de planejamento e organização para tomar as decisões mais corretas no momento certo.

“Olhando nossos resultados é bem evidente que vale a pena adotar a ILPF. Mas é preciso ter muito claro que é um sistema que só apresenta resultados se o produtor tiver um nível de planejamento e organização muito grande. Se por um lado o sistema mostra um nível de retorno, receita e comportamento mais estável no tempo, isso é em decorrência do desempenho do produtor. Saber negociar no momento correto e entender as dinâmicas dos preços são questões fundamentais”, analisa o pesquisador da Embrapa.

A comprovação da importância da conjuntura para o resultado final está nos dados obtidos na Fazenda Certeza, em Querência, no leste do estado. A propriedade também trabalha com integração lavoura-pecuária e teve os resultados econômicos de 2008 a 2012 analisados. Naquele período, o mercado da soja já havia se recuperado, sobretudo com o estabelecimento da China como grande compradora do grão. Com isso, a fazenda modal de agricultura obteve resultados melhores do que a ILP. Mesmo assim, o sistema integrado ainda se mostrou viável.

Indicadores de rentabilidade

Mesmo levando-se em consideração as características de cada fazenda avaliada, todas as propriedades com alguma configuração de produção integrada tiveram resultados positivos. A maior parte delas, inclusive, supera com grande margem as áreas modais com as quais foram comparadas.

Para que seja possível comparar resultados de fazendas tão distintas, a equipe do projeto –composta por pesquisadores da Embrapa, professores e alunos da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat), analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e da Rede de Fomento Integração Lavoura-Pecuária-Floresta – padronizou uma metodologia de análise de custos. Com esse método, é possível chegar a indicadores que auxiliam o produtor a visualizar os benefícios econômicos da ILPF.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Agricultura.

in EcoDebate, 25/07/2016

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