Autoria da resenha: Natália Gori - Naturóloga
CORREA, R.M et al. Adubação orgânica na produção de biomassa de plantas, teor e qualidade de óleo essencial de orégano (Origanum vulgare L.) em cultivo protegido. Rev. bras. plantas med., Botucatu , v. 12, n. 1, p. 80-89, Mar. 2010 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-05722010000100012&lng=en&nrm=iso>. access on 25 July 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-05722010000100012.
O presente artigo teve como principal objetivo verificar a influência no cultivo do orégano (Origanum vulgare L.) de dois tipos de fertilizantes orgânicos, o de bovino e o de aves. Foram observadas características quanto ao crescimento e à qualidade de óleo essencial da planta. Os autores também analisaram diversos estudos científicos para comparação de seus resultados, sendo que alguns demonstraram eficácia na utilização da adubação orgânica para melhorar a qualidade da produção, e outros demonstraram que o fertilizante pode contribuir positiva ou negativamente. Destacam que deve ser estar atento às variáveis, como, por exemplo, espécie da planta, condições climáticas, origem e composição do adubo.
Para o presente estudo foram realizadas duas experiências, uma com esterco bovino e outra com esterco de aves, ambas com mudas de orégano em vasos de 10 L. Como tratamentos, foram testados as seguintes proporções de composto por m2 de solo:
Ensaio I – Esterco bovino, kg por m2: 1) solo sem adubação (controle); 2) solo + 3,0 kg; 3) solo + 6,0 kg; 4) solo + 9,0 kg; 5) solo + 12,0 kg;
Ensaio II – Esterco de aves, kg por m2: 1) solo sem adubação (controle); 2) solo + 1,5 kg; 3) solo + 3,0 kg; 4) solo + 4,5 kg; 5) solo + 6,0 kg.
Completados 90 dias de cultivo, determinou-se as variáveis referentes à área foliar (AF), aos dados fisiológicos de razão de área foliar (RAF), à área foliar específica (AFE) e à razão de peso foliar (RPF). Feita a colheita, a planta foi fracionada em raiz, caule, folha e inflorescência, para obtenção da biomassa seca. O óleo essencial foi extraído por hidrodestilação utilizando-se 40 g de matéria seca.
O teor e o rendimento na biomassa seca das folhas (BSF) foram os pontos principais para determinar a quantificação de óleo essencial, expresso em g planta-1.
Foi observado que os diferentes tipos de adubação e as suas diferentes proporções influenciaram na produção de biomassa de orégano. Identificado o auge de BSF na relação de 76,82 g para 10,1 kg m-2 com esterco de bovino, 77,31 g para 3,86 kg m-2 de esterco de aves. A partir desse ponto houve uma redução de biomassa que pode ser explicada devido a um fornecimento excessivo de nutrientes prejudicando a absorção dos mesmos, e, consequentemente, prejudicando o desenvolvimento da planta.
Entretanto, foram as dosagens de 12 kg m-2 de esterco bovino e 4,37 kg m-2 de esterco de aves que proporcionaram os maiores teores e rendimento de óleo essencial de orégano. Isso ocorre devido à relação com outras variáveis, como, por exemplo RAF, que representa área foliar útil para a produção de matéria seca.
Cada espécie requer um determinado coeficiente de nutrientes. Conhecer a necessidade da planta é fundamental para melhorar a qualidade do produto e o aumento da produção. Além disso, adubação é fundamental para que se mantenha a qualidade do solo, permeabilidade e penetração da água. O Fosforo e o Potássio provenientes do adubo auxiliam o aumento do teor de Nitrogênio e Magnésio disponíveis, importantes agentes para fotossíntese.
Algumas plantas como Justicia pectoralis var. stenophylla, em outros estudos, tiveram seu índice de óleo essencial reduzido com a utilização do esterco bovino. Pode ocorrer também a diluição do óleo em decorrência do aumento da biomassa disponível. Contudo, para a produção de timol, a adubação com esterco orgânico se mostrou desfavorável devendo ser evitada para esse composto.
Nesse caso os adubos demonstraram resultados significativos para a produção, sendo recomendada sua utilização. Fica evidente importância em conhecer a planta a ser cultivada e suas necessidades. Para melhor adaptá-la estudar o ambiente no qual esta inserido e as proporções ideais de adubo para sua produção, levando em conta principalmente o seu fim, seja fitoterápico, condimentar ou ornamental. Reduzindo assim custos e melhorando a qualidade do produto.
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