segunda-feira, 29 de abril de 2019

Allium sativum L. (Amaryllidaceae). Boletim PLANFAVI, n. 49, Janeiro/março 2019

O alho é considerado uma espécie não endêmica do Brasil e de origem Asiática, porém cultivada por todo o globo devido à sua significativa importância como condimento na culinária e suas propriedades farmacológicas. Os compostos ativos do alho possuem baixa toxicidade e possuem diversos efeitos farmacológicos.

Partes usadas: Bulbilhos.

Usos populares – O alho é usado popularmente no tratamento de infecções do trato respiratório superior, diabetes, hiperlipidemia, hipertensão e prevenção de aterosclerose.

Fitoquímica

O alho é rico em compostos bioativos voláteis e não voláteis, possuindo, em média, 100 destes compostos, em que a grande maioria contém enxofre em sua estrutura (compostos organosulfurados). Os organosulfurados são responsáveis pelo odor característico pungente, sabor e, também, pela maioria dos seus efeitos farmacológicos. A. sativum contém S-alilcisteína, saponinas, ajoeno, flavonoides e fenólicos, sendo que o principal marcador químico é a alicina. Alguns destes compostos têm estabilidade relativamente baixa e curta biodisponibilidade. Estes compostos demonstraram possuir propriedades antioxidantes com potenciais benefícios para a saúde.

Farmacologia O alho apresenta propriedade antibacteriana, antioxidante, fibrinolítica, anticoagulante, anti-hipertensiva, hipolipidêmica e contribui na prevenção da ateriosclerose. A alicina exibiu atividade antibacteriana contra uma ampla gama de bactérias Gram positivas e negativas. É possível que as ligações dissulfeto estejam relacionadas ao efeito antimicrobiano. O efeito hipoglicêmico é atribuído à presença da aliina e alicina. A alicina reduz o colesterol e os triglicerídeos no sangue, assim como reduz o armazenamento do colesterol hepático. Além disso, a S-alilcisteína e S-alilmercaptocisteína exibiram atividades anticarcinogênicas, fornecendo proteção contra danos no fígado. Não há evidencias suficientes para comprovar o efeito dos compostos bioativos no alho para combater a Gripe, uma doença infecciosa provocada por diversos vírus da família Orthomyxoviridae.

Reações adversas

Raros são os relatos de intoxicação com A. sativum. Contudo, o alho apresenta interações medicamentosas com hipotensivos. Necessita atenção em casos de hipertireoidismo, tratamentos com anticoagulantes, gastrite, úlcera gastroduodenal e alergia aos compostos à base de enxofre.

Referências

Amarakoon & Jayasekara. 2017. A review on garlic (Allium sativum L.) as a functional food. J. Pharmacogn. Phytochem., v. 6, p. 1777-1780. 

Azzini et al., 2014. Phytochemicals Content in Italian Garlic Bulb (Allium sativum L.) Varieties. J. Food Res., v.3, p. 26-32. 

Brasil. 2013. Allium sativum (Alho). Ministério da Saúde. Organização: Ministério da Saúde e Anvisa Fonte do Recurso: Ação 20K5 (DAF/ SCTIE/ MS). 

Klassa, B. et al. Avaliação do efeito do alho (Allium sativum L.) sobre o colesterol plasmático em coelhos com hipercolesterolemia induzida. Rev. Bras. Pl. Med., v. 15, p. 557-565.

Lissiman & Bhasale. 2014. Cohen M. Garlic for the common cold. Cochrane Database of Systematic Reviews. Issue 11. Art. No.: CD006206. 

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Tesfaye & Mengesha. 2015. Traditional Uses, Phytochemistry and Pharmacological Properties of Garlic (Allium sativum) and its Biological Active Compounds. International Journal of Scientific Research in Science, Engineering and Technology v. 1, p. 142-148.
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