O alho é considerado uma espécie não endêmica do Brasil e de origem Asiática, porém cultivada por todo o globo devido à sua significativa importância como condimento na culinária e suas propriedades farmacológicas. Os compostos ativos do alho possuem baixa toxicidade e possuem diversos efeitos farmacológicos.
Partes usadas: Bulbilhos.
Usos populares – O alho é usado popularmente no tratamento de infecções do trato respiratório superior, diabetes, hiperlipidemia, hipertensão e prevenção de aterosclerose.
Fitoquímica
O alho é rico em compostos bioativos voláteis e não voláteis, possuindo, em média, 100 destes compostos, em que a grande maioria contém enxofre em sua estrutura (compostos organosulfurados). Os organosulfurados são responsáveis pelo odor característico pungente, sabor e, também, pela maioria dos seus efeitos farmacológicos. A. sativum contém S-alilcisteína, saponinas, ajoeno, flavonoides e fenólicos, sendo que o principal marcador químico é a alicina. Alguns destes compostos têm estabilidade relativamente baixa e curta biodisponibilidade. Estes compostos demonstraram possuir propriedades antioxidantes com potenciais benefícios para a saúde.
Farmacologia O alho apresenta propriedade antibacteriana, antioxidante, fibrinolítica, anticoagulante, anti-hipertensiva, hipolipidêmica e contribui na prevenção da ateriosclerose. A alicina exibiu atividade antibacteriana contra uma ampla gama de bactérias Gram positivas e negativas. É possível que as ligações dissulfeto estejam relacionadas ao efeito antimicrobiano. O efeito hipoglicêmico é atribuído à presença da aliina e alicina. A alicina reduz o colesterol e os triglicerídeos no sangue, assim como reduz o armazenamento do colesterol hepático. Além disso, a S-alilcisteína e S-alilmercaptocisteína exibiram atividades anticarcinogênicas, fornecendo proteção contra danos no fígado. Não há evidencias suficientes para comprovar o efeito dos compostos bioativos no alho para combater a Gripe, uma doença infecciosa provocada por diversos vírus da família Orthomyxoviridae.
Reações adversas
Raros são os relatos de intoxicação com A. sativum. Contudo, o alho apresenta interações medicamentosas com hipotensivos. Necessita atenção em casos de hipertireoidismo, tratamentos com anticoagulantes, gastrite, úlcera gastroduodenal e alergia aos compostos à base de enxofre.
Referências
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