Alguns insetos
podem indicar o potencial tóxico de algumas plantas?
Entre os
fenômenos relacionados à co-evolução inseto-planta, há um muito interessante e
que, somente após séculos, se estabeleceu entre ambos, com resultado positivo
para o inseto.
Para começar a
explicar essa relação, imagine duas situações de perigo para o inseto: uma em
que ele tem que enfrentar um poderoso predador, como, por exemplo, um pássaro; outra,
em que irá consumir uma planta com substâncias tóxicas, a qual não recebe a
visita de predador.
No começo da
relação entre o inseto, seu predador e a planta tóxica (tanto para o inseto
quanto para o predador), deve ter ocorrido o seguinte: todos os insetos
atacados pelo predador não sobreviveram, e parte dos que consumiram a planta,
por resistirem fisiologicamente à substância da planta tóxica, sobreviveram.
Como os
sobreviventes cruzaram entre si, foi gerando descendentes mais resistentes às
substâncias tóxicas da planta e, consequentemente, protegidos do predador. Esta
forma de o inseto ficar entre plantas tóxicas é denominada aposematismo,
fenômeno que pode ter definições mais abrangentes, como será citado, nos parágrafos
a seguir.
Um definição mais completa de aposematismo é a seguinte:
relação onde plantas e animais não-palatáveis, tóxicos ou venenosos, com o
objetivo de sobrevivência da presa, e que serve de alerta ao seu predador sobre
a sua condição. Um exemplo são as cobras corais
não tóxicas, que ficam com aparência de coral venenosa. A esse processo
denominamos coloração
aposemática.
Sobre o aposematismo,
não é só a coloração, mas pode ser qualquer atributo que adverte possíveis
predadores do gosto ou odor desagradável de uma presa. Com isto, o predador
também pode não atacar um inseto (presa), por ele estar em uma planta tóxica.
Qual a
importância dessa informação para a fitoterapia?
Muitos dos
vegetais são tóxicos porque possuem alcaloides. Quando há muitos insetos em uma
planta, quase sempre coloridos, é um bom indício de que há presença destas
substâncias na planta. Estas substâncias podem estar sendo produzidas em maior
quantidade como defesa contra os mesmos ou porque os insetos procuram a planta,
devido aos alcaloides. Por essa razão, estarão protegidos do predador.
Fotos:
Foto 1
Foto 2
As larvas da
borboleta Placidula euryanassa (foto 1), visando sua proteção contra predadores, sequestram
alcaloides tropânicos da solanácea Brugmansia suaveolens (foto 2).
Fonte das fotos:
foto 2 – Wikipedia.org
Texto: Marcos Roberto Furlan
Texto: Marcos Roberto Furlan
Nenhum comentário:
Postar um comentário