quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Projeto do Banco Mundial ajuda oito mil produtores de café a conquistar um lugar no mercado

Com colheitadeira mecânica, produtores conseguem aumentar o percentual do café vendido via fair trade. Foto: Banco Mundial/Mariana Ceratti

Um projeto do Banco Mundial permite que pequenos produtores de café conquistem um lugar no “fair trade” ou “comércio justo”. Atualmente, cerca de 8 mil famílias rurais são atendidas pela iniciativa e espera-se que até o final de 2015, outros 14 mil também sejam beneficiadas.

Os primos Carlos Alberto e Luís Carlos Bassetto, de Pratânia, oeste de São Paulo — onde a maior parte da população, aproximadamente 5 mil pessoas, tira o sustento da agricultura – são produtores de café. A família Bassetto comprou, com ajuda do projeto do Banco Mundial, uma colheitadeira que agiliza o processo de separar os frutos das impurezas.

A tecnologia adotada ajuda os Bassetto — e outros 113 produtores associados — a ganhar espaço no cobiçado mercado dos cafés negociados através do ”fair trade” ou “comércio justo”. A cooperativa onde todos trabalham, fundada em 2004, produz em torno de 7 mil sacas ao ano. Os melhores grãos já podem ser encontrados nos Estados Unidos, Suíça e Nova Zelândia.

“Com a colheitadeira, podemos vender até 70% da nossa produção — ante os atuais 50% — para as empresas que fazem parte da rede de comércio justo, diz Luís Carlos. “Elas exigem uma série de compromissos sociais e ambientais, mas também garantem preço justo ao produtor (…). Durante dois anos não conseguimos vender uma saca sequer para esse mercado, foi muito difícil; em 2010, finalmente deu certo”, lembra o produtor, acrescentando que “agora conseguimos até pagar plano de saúde para os cooperados”.

Desde o início, em 2010, o projeto apoiou não só produtores de café, mas também de mel, leite, grãos, frutas e hortaliças. Eles agora conseguem aprender técnicas agrícolas sustentáveis, ajustar seus produtos às normas sanitárias e comprar equipamentos.

“Em geral, o desempenho da agricultura em São Paulo é muito bom. No entanto, esse sucesso mascara a falta de oportunidades e os problemas de renda entre os agricultores familiares, que representam 80% das unidades de produção no estado. Cerca de 40% dos produtores familiares vivem com menos de dois salários mínimos mensais”, diz a gerente do projeto no Banco Mundial, Marianne Grosclaude.

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