quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Você sabia que brasileiro bebe cerveja de milho?

Uma das bebidas mais “proclamada” pelos brasileiros, é a cerveja, que é feita de cevada maltada, na verdade é quase uma bebida alcoólica de milho. Sim, é isso mesmo. Uma pesquisa da USP e da Unicamp mostra que cervejas brasileira possuem 45% de milho em sua composição, percentual máximo permitido pelo Governo. E para piorar, eles querem que o governo aprove um percentual de 50%.

Ou seja eles querem que uma cerveja possa ter em sua composição até 50% de milho ou arroz, que são bem mais baratos que a cevada.

Muitas cervejarias artesanais no mundo todo ainda seguem à risca uma tradição alemã, baseada na Reinheitsgebot, que é a Lei da Pureza da Cerveja, instituída na Baviera, região sul da Alemanha, em 1516 e expandida para toda a Alemanha em 1906, a qual determinava que a cerveja deveria conter apenas água pura, malte e lúpulo.

Porém, em outras escolas de cerveja, tal qual a belga, existe uma liberdade criativa maior em relação aos ingredientes para a produção de certos estilos de cerveja, o que extrapola a lei da pureza, onde uma infinidade de combinações de ingredientes podem ser encontrada nas inúmeras cervejas produzidas por lá, o que faz com que tal escola não siga a Reinheitsgebot e ainda assim seja digna de digna de ilustres elogios dos paladares mais apurados e exigentes.

Vale lembrar que mesmo as cervejas de trigo, do estilo Weiss (e outras da escola alemã), seguem a Reinheitsgebot, uma vez que elas são produzidas a partir de malte (que é o grão que começou a germinar e teve sua germinação interrompida através de secagem), nesse caso malte de cevada, em sua maioria, e malte de trigo, portanto elas se enquadram na tal lei.

Voltando ao Brasil, para aqueles que tiverem curiosidade em saber quais cervejas levam outros ingredientes que não sejam água, malte e lúpulo, basta conferir em seus rótulos, uma vez que a legislação brasileira obriga as cervejarias a indicarem para o consumidor quais são os ingredientes presentes na bebida. Basta notar que muitas cervejas como a Brahma, Skol, Antarctica (incluindo a Antarctica Original), Kaiser, Bohemia e muitas outras levam em sua composição pelo menos água, malte de cevada, cereais não maltados (que pode ser o milho e também o arroz, que é muito comum nas grandes cervejarias industriais dos EUA) e lúpulo, sendo que muitas ainda levam “carboidratos”, além de antioxidantes e estabilizantes. Esses carboidratos e cereais não maltados são conhecidos como adjuntos cervejeiros e quando adicionados a uma cerveja como as citadas acima, fazem com que elas se enquadrem no estilo “Standard American Lager” e não no estilo “Pilsen”, como se costuma pensar por aqui.
São inúmeros os estilos de cerveja e que cada pessoa sempre vai ter os seus estilos favoritos e que também existem cervejas para todas as ocasiões, daí podemos entender o porquê de muitos brasileiros optarem por consumir as American Standard Lager, em detrimento de muitas outras cervejas mais encorpadas, como a Pilsen verdadeira (que não é dos estilos mais encorpados, mas ainda é mais encorpada do que as “pilsen feitas de milho”), o que pode ser justificado pelo nosso clima tropical, mais quente e propício a se beber algo mais “leve”.
E vale sempre lembrar que a diversidade de cervejas está ficando cada vez mais evidente para os brasileiros e que o crescimento da produção de cervejas artesanais no Brasil já se tornou uma realidade. Para tanto, é só lembrarmos do Festival Brasileiro da Cerveja. Isso torna possível que os brasileiros venham experimentar cervejas com uma maior porcentagem de malte em sua composição, muitas delas com 100% de malte, e conhecer assim os mais diversos sabores e prazeres que as cervejas artesanais e especiais podem oferecer.

Ademilson Tiago de Miranda Ramos 
E-mail – contato@engenhariae.com.br

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