Muitas famílias costumam viajar nas férias escolares com seus filhos e desfrutar do calor do verão nas praias, campos e parques brasileiros. As crianças aproveitam esses períodos para brincar o dia todo e passando horas debaixo do sol. Se os pais não prevenirem os filhos, eles certamente irão sentir os efeitos desagradáveis da desidratação.
Tanto as crianças quantos os idosos são mais vulneráveis à desidratação. Isso ocorre devido a uma série de fatores fisiológicos do próprio corpo das crianças e idosos. Esse esclarecimento é feito pelo coordenador da Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Paulo Bonilha, que também é médico pediatra. “Tem também a questão da criança depender que o adulto lhe ofereça os líquidos. Muitas vezes ela fica brincando, e se ninguém pará-la para tomar suco ou água, ela não vai tomar”, explica Paulo.
Quando Érika de Paula Pinto, Ecóloga de 35 anos, leva seu filho de cinco anos para brincar em parques ou clubes debaixo do sol quente, ela costuma ter dificuldades em convencê-lo a ficar bebendo água. “Ele é meio agoniado e não gosta de parar a brincadeira e tomar água, então tenho fazer algumas brincadeiras para incentivá-lo. Outra saída é dar fruta em vez de só líquidos. Fruta com bastante caldo, como a laranja. Ele até prefere”, relata Érika.
Minimizar a exposição excessiva ao sol, procurar lugares mais arejados e frescos, e oferecer líquidos frequentemente às crianças são algumas das sugestões do pediatra Paulo Bonilha para mantê-las hidratadas. “A oferta frequente de líquidos deve ser, especialmente, entre as refeições. Não se deve tomar muito líquido nas refeições porque atrapalha a digestão”, explica Bonilha. “Deve-se também usar protetor solar, além de boné e camiseta”, completa.
Apesar de frisar que o mais importante é ingerir água, o Dr. Paulo também acha interessante complementar com outros líquidos, como sucos ou água de coco. “Esses outros líquidos trazem a oferta de sais minerais, cuja perda é maior no verão devido à transpiração”, ressalta o coordenador da Saúde da Criança e Aleitamento Materno.
Paulo Bonilha assegura que dificilmente a questão climática leva a uma desidratação grave, a não ser que a criança esteja com diarreia ou vômito. “De qualquer maneira, deve ser evitada porque traz um mal estar à criança, ela fica desanimada e diminui sua atividade”, lembra o coordenador. Alguns sinais para perceber a desidratação, segundo o especialista, são os longos períodos sem urinar, a boca sem saliva ou o choro sem lágrima.
Em casos de desidratação grave – que geralmente nas crianças está associada à diarreia ou vômitos – deve-se buscar na unidade de saúde mais próxima os sais ou soluções de hidratação oral, que são soros para repor o líquido perdido durante a desidratação.
Lucas Pordeus Leon / Blog da Saúde
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