segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Cannabis sativa no tratamento da dor - I

Com a liberação do uso da maconha, denominada cientificamente por Cannabis sativa L., em um número significativo de países, tanto para uso medicinal quanto recreacional, tem se observado um crescente número de pesquisas sobre a planta ou sobre os seus principais princípios ativos, o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC). 

Os medicamentos que possuem como princípio ativo a Cannabis sativa ou os seus compostos bioativos (CBD e THC), demonstraram eficiência terapêutica em diversas pesquisas, inclusive para doenças, as quais, geralmente, nem os medicamentos similares provocam resultado positivo. Dentre as doenças, a C. sativa está sendo indicada no tratamento de espasmos musculares, de náuseas, na terapêutica para aumentar o apetite em pacientes imunodeprimidos com HIV/AIDS. Além da eficácia terapêutica, também se tem discutido as contraindicações da C. sativa no tratamento de várias doenças, incluindo na terapia da dor. 

A Cannabis sativa é uma planta originária da Ásia central, conhecida pelo mundo todo por vários nomes, como, por exemplo, cânhamo, cânhamo-da-índia, bhang, charas, ganja, hashish, marijuana, sinsemil e weed. A espécie é classificada como arbusto. Cresce em várias regiões, mas se desenvolve melhor em climas mais amenos.

Os textos que iremos apresentar tem como objetivo fornecer algumas conclusões relacionadas aos artigos de pesquisa que citam a planta contra dor. 

No artigo Uso de canabinóides na dor crônica e em cuidados paliativos (http://www.scielo.br/pdf/rba/v58n3/en_10.pdf), Bonfá et al. (2008) destacam que "muitos estudos têm chamado atenção para a C. sativa, pelo seu potencial analgésico e pela sua capacidade de aliviar sintomas relacionados com doenças do sistema nervoso central." 

Os mesmos autores, e no mesmo artigo, observam que a planta é considerada a mais popular das drogas ilegais em todo o mundo, o que gera preconceito tanto entre leigos como entre profissionais que atuam na área da saúde. Como o artigo foi publicado em 2008, a planta ainda não havia sido liberada em países que autorizam seu uso atualmente. 

Os autores, após ampla revisão, concluíram que o delta-9-tetrahidrocanabinol (Δ9–THC) puro e seus análogos apresentaram aplicabilidade clínica, pois foram demonstrados os seus benefícios por meio de pesquisas. "No entanto, alertam que estudos mais detalhados deverão ser realizados e debates amplos serão necessários para criar normas de formulação e disponibilização com a finalidade médica, por se tratar de uma substância que gera preconceito pela sua comercialização e utilização ilegal e a seu uso ser atribuído misticismo." 

Referência do artigo citado: 

BONFA, Laura; VINAGRE, Ronaldo Contreiras de Oliveira and FIGUEIREDO, Núbia Verçosa de. Cannabinoids in chronic pain and palliative care. Rev. Bras. Anestesiol. [online]. 2008, vol.58, n.3, pp. 267-279. ISSN 0034-7094. 

Texto: 

Fernanda Delavy - Acadêmica de Medicina Veterinária - UNIGUAÇU 
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agrônomo 

Nenhum comentário:

Postar um comentário