Texto e foto:
MV Claudia Regina Vieira Rocha
Prof.ª de Imunologia Veterinária, Patologia Veterinária
Especialista em Medicina Holística Veterinária e Fisioterapia Veterinária
O conceito de que algumas bactérias podem promover a saúde em vez de danos, nasceu no início do século XX, quando o cientista Eli Metchnikoff levantou a hipótese de que a ingestão de produtos lácteos fermentados contribuiria para uma longa vida.
Pesquisadores da Universidade do Estado de Ohio e da Universidade Tecnológica do Texas, descobriram que a exposição ao estresse altera a composição, a diversidade e o número bruto de bactérias do trato gastrointestinal. Observaram que uma variedade menor de bactérias benéficas vivem no sistema digestório de indivíduos estressados, favorecendo a proliferação de bactérias nocivas. Com esta pesquisa, se notou que o estresse ou pressão psicológica tem um impacto significativo sobre a população bacteriana do intestino, o que por sua vez afeta a função imunológica.
As bactérias presentes no trato gastrointestinal são conhecidas como flora ou microbiota intestinal. Ajudam a manter o revestimento do trato gastrointestinal saudável, intacto e equilibrado; e um desequilíbrio desta microbiota pode causar transtornos de saúde. Esta mesma flora intestinal desempenha um papel fundamental no sistema imunológico, ajudando-o a combater as patologias em geral.
Muitos fatores influenciam as bactérias no organismo, como, por exemplo, dieta, estresse, idade, medicamentos, mudanças climáticas, doenças, afetando a micirobiota. A flora intestinal sofre alterações em todas as etapas da vida, sendo crucial um suporte aos pacientes geriátricos e imunodeprimidos.
Probióticos são suplementos de bactérias boas ou fisiológicas, que ajudam a manter o equilíbrio orgânico. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), os probióticos são microrganismos vivos, que quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Muitos pesquisadores tem explorado a ação dos probióticos em níveis molecular e genético; e muitas evidências mostram que os probióticos melhoram o sistema imunológico de idosos e em indivíduos em situações de estresse, a resposta inflamatórias fora de controle, diminui reações de hipepersensibilidade, dentre outras.
Ainda segundo pesquisas, os probióticos apresentam vários efeitos sobre o sistema imunológico, dependendo do que o organismo necessita, tais como:
- aumentam a produção de anticorpos – imunoglobulina IgA ( presente em grande quantidade nas mucosas);
- diminuem as quantidades de mediadores inflamatórios (com isso sugerem que ajudam a curar inflamações);
- diminuem a produção de anticorpos IgE ( específicos para processos de hipersensibilidade);
- ajudam a fortalecer e manter a barreira defensiva do intestino;
- provocam resposta anti-inflamatória em células intestinais.
Muitos probióticos liberam substâncias antibacterianas, chamadas bacteriocinas, as quais reduzem seletivamente o crescimento de bactérias patológicas. Parecem ser uma grande promessa no alívio a muitos problemas de saúde. Também podem oferecer opções para problemas como obesidade, alergias, prevenção de doenças debilitantes e câncer.
A promessa dos probióticos na área médica está em crescimento, à medida que mais evidências se acumulam e demonstram benefícios. A quantidade de bactérias fisiológicas no trato gastrointestinal decresce com a idade e o sistema imunológico se enfraquece; e os probióticos podem contribuir nesta etapa da vida. Assim como na medicina humana, a medicina veterinária busca a cada dia, tratamentos que visam a prevenção de doenças, o aumento da qualidade de vida de pacientes geriátricos e imunodeficientes, entre outras.
Tratamentos com probióticos em animais , principalmente em pacientes geriátricos tem demonstrado sucesso em manter a qualidade de vida, estimulando o sistema imunológico no combate as doenças senis.
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