terça-feira, 7 de julho de 2015

Em Dourados, cultivo de hortaliças proporciona trabalho e aprendizado no regime semiaberto

23/06/2015 


A horta foi instalada em um terreno de 1,5 mil m² que fica ao fundo da unidade prisional e foi cedido a título de comodato por prazo indeterminado.

Uma horta instalada no Estabelecimento Penal Feminino de Regimes Semiaberto e Aberto de Dourados (EPFRSAAA-D) está garantindo ocupação produtiva às custodiadas e reforço na alimentação servida no presídio. O espaço começou a ser estruturado no ano passado e foi inaugurado oficialmente na manhã desta segunda-feira (22) com a presença do diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Ailton Stropa Garcia, e de autoridades locais.

No local, estão plantados hortaliças e legumes diversos como couve, alface, coentro, cebolinha, salsinha, rúcula, cenoura e beterraba, além de plantas medicinais. A horta foi instalada em um terreno de 1,5 mil m² que fica ao fundo da unidade prisional e foi cedido a título de comodato por prazo indeterminado.

O espaço foi estruturado com o apoio do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho da Comunidade de Dourados. A implementação conta ainda com uma parceria da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), através do curso de Agronomia.

Conforme a diretora da unidade prisional, Luzia Aparecida Ferreira, em média, 20 detentas trabalham na horta. “As reeducandas que chegam na unidade, e que ainda não foram inseridas em trabalhos com empresas parcerias, passam a trabalhar na horta, como meio de ocupação produtiva”, explica. “Isso contribui para que elas tenham conhecimento sobre a agricultura familiar e, quem sabe, no futuro isso possa representar um ‘ganha pão’ para elas”, completa.

Segundo a dirigente, nesses meses de implantação, o sucesso da iniciativa se deve principalmente ao comprometimento com que a equipe de servidoras e as próprias internas trabalharam para que o projeto se efetivasse.

Para o diretor-presidente da Agepen, a horta do semiaberto feminino de Dourados é uma demonstração do empenho com o qual as administrações dos presídios do Estado têm atuado em prol de ações de reinserção social. “Tudo o que as internas aprenderem aqui servirá para o futuro, como forma de não voltarem a cometer crimes. A Agepen trabalha com objetivo de transformar a vida dos custodiados para melhor, usamos o trabalho, a educação, as orientações de saúde para isso”, afirma Stropa.

Presente na solenidade, o juiz responsável pela execução penal na comarca de Dourados, Cesar de Souza Lima, destacou o impacto que a ocupação produtiva traz para melhoria na disciplina das detentas. “E saber que as internas estão se ocupando, trabalhando e aprendendo uma profissão, tranquiliza também nós do Judiciário”, enfatiza.

Feira de Artesanato

Outro projeto de sucesso desenvolvido intramuros no estabelecimento prisional é a oficina de artesanato, na qual as reeducandas desenvolvem diferentes tipos de trabalho, como peças em mosaico, pintura em tela e arte em caixaria. A iniciativa tem como foco as custodiadas do regime fechado, que por determinação judicial cumprem pena no local.

Constantemente, são realizadas exposições na entrada do próprio presídio, como forma de divulgar os trabalhos e vender as peças para arrecadar dinheiro para as internas. Nessa segunda-feira, aproveitando a solenidade de inauguração da horta, foi realizada a 7ª Feira de Artesanato do EPRSAAA-D, demonstrando ao público presente a beleza e qualidade das peças.

Também participaram do evento o secretário Municipal de Agricultura Familiar e Economia Solidária, Landmark Ferreira Rios, que no ato representou o prefeito Murilo Zauith; a reitora da UFGD, Liane Maria Calarge; o promotor de Justiça Juliano Albuquerque e o comandante do Corpo de Bombeiros em Dourados, tenente-coronel Edson Ferreira Pinto, além de representes do Conselho da Comunidade de Dourados, da Ordem dos Advogados do Brasil, Guarda Municipal e diretores de unidades penais de Dourados e Jateí.

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