Pesquisa do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública comprova que produtos botânicos têm eficiência semelhante e apresentam vantagens em relação aos químicos
Em pesquisa em andamento na Universidade Federal de Goiás (UFG), plantas do Cerrado, como o cajuzinho-do-cerrado, tingui e a copaíba, são utilizadas como base na elaboração de inseticidas capazes de combater o Aedes aegypti e o Culex quinquefasciatus, mosquito conhecido popularmente como muriçoca noturna.
Com testes laboratoriais e aplicações realizadas na cidade de Senador Canedo, a pesquisa aponta para o fato de que esses produtos apresentam eficiência equivalente aos que se encontram no mercado, além de não representar nenhuma forma de agressão ao meio ambiente ou à saúde de usuários.
Outro ponto favorável do inseticida natural é que, para sua produção, não há retirada de matéria-prima do bioma, já que são utilizados subprodutos que são descartados pela indústria. No caso do cajuzinho-do-cerrado e do caju, a matéria-prima para os inseticidas é o óleo residual, proveniente do processo de extração da castanha do fruto. Quando descartado indiscriminadamente, esse óleo se tornaria um agente poluente.
Segundo o coordenador do estudo, o professor Ionizete Garcia Silva, há vantagens no uso de inseticidas naturais que combatam o Aedes aegypti, já que testes comprovaram que eles são seletivos, ou seja, não agridem outros animais. O pesquisador ressalta que se trata de produtos biodegradáveis e que, comparados aos produtos sintéticos existentes e já utilizados, podem permanecer até 30 anos na natureza, enquanto os naturais se decompõem rapidamente.
Fonte: UFG / Jornal da Ciência
Publicado no Portal EcoDebate, 10/07/2015
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