terça-feira, 7 de julho de 2015

Medicamento para tuberculose é destaque da Memórias em junho



A edição de junho da revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruzjá pode ser acessada gratuitamente no website da publicação. Entre os destaques, está um artigo que propõe a reformulação do medicamento utilizado no tratamento de tuberculose latente, com o objetivo de aumentar a adesão do paciente ao tratamento e diminuir a transmissão da doença. O sequenciamento preliminar do genoma de enterobactérias multirresistentes a antibióticos encontradas no Brasil e a pesquisa que traçou a organização geográfica de flebotomíneos – grupo que inclui espécies vetores da leishmaniose – no Centro Oeste brasileiro são outros temas abordados na publicação.
Tuberculose latente: nova formulação de medicamento pode aumentar a adesão ao tratamento

A interrupção da transmissão do bacilo de Koch, agente causador da tuberculose, é um grande desafio para a saúde pública. No entanto, o atual protocolo terapêutico para tuberculose latente, aquela em estágio inicial, em que o paciente é assintomático, consiste no uso diário de três comprimidos de 100mg do medicamento durante seis meses consecutivos. Em muitos casos, esse longo período resulta na baixa aderência ao tratamento, especialmente para pacientes HIV positivo, que fazem uso de outras medicações. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) propõem o uso de apenas um comprimido de 300mg por dia. Os resultados do estudo demonstraram que a nova formulação tem a mesma eficácia que a atual e que a absorção pelo organismo é equivalente. A nova abordagem pode contribuir para aumentar a aderência ao tratamento, uma vez que reduzirá a indisposição do paciente em relação a quantidade de fármacos ingeridos. Leia o artigo completo aqui.

Pesquisadores realizam sequenciamento preliminar de genoma de bactérias multirresistentes a medicamentos

A emergência de linhagens de enterobactérias multirresistentes a antibióticos é um grave problema devido à sua elevada capacidade de disseminação e às opções limitadas de tratamento. Estudo realizado por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) descreveram o genoma de três diferentes linhagens de enterobactérias multirresistentes isoladas no Brasil: P. rettgeri, E. hormoaechei (subespécie: oharae) e Klebsiella pneumoniae. As bactérias foram testadas para diversos tipos de antibióticos e mostraram um perfil resistente. A partir daí, foram extraídos DNA genômico para o sequenciamento. Os resultados poderão fornecer base para outros estudos, que, certamente, aumentarão a compreensão do papel da espécie no cenário de resistência aos medicamentos. Clique aqui para acessar o artigo completo.

Estudo traça a distribuição geográfica de espécies de flebotomíneos no Centro-oeste brasileiro

Pesquisadores de centros de pesquisa da região Centro-oeste descreveram a distribuição geográfica de flebotomíneos na localidade. Neste grupo de insetos estão incluídas as espécies capazes de transmitir leishmaniose, doença tropical negligenciada associada à pobreza que, segundo a Organização Mundial de Saúde, registra dois milhões de casos por ano. Os dados foram obtidos a partir dos serviços de entomologia dos departamentos estaduais de saúde, coleções científicas, além da revisão da literatura de artigos publicados entre 1962 e 2014. Ao todo, 2.803 registros de flebotomíneos de 17 gêneros e 127 espécies diferentes foram analisados. Os resultados mostraram que as espécies de flebotomíneos no Centro-Oeste brasileiro têm diferentes padrões de distribuições geográficas e que as condições climáticas da região favorecem a ocorrência de, ao menos, uma espécie de vetor da leishmaniose. Os autores indicam a necessidade de manter ou intensificar estratégias de controle de vetores e de vigilância. Leia o artigo na íntegra.

Primeiro caso autóctone de zika é reportado no Brasil

Isolado pela primeira vez em 1947, o vírus Zika foi reportado, pela primeira vez de forma autóctone no Brasil, neste ano. O vírus foi detectado, por pesquisadores do Rio Grande do Norte e do Paraná, em oito pacientes do Rio Grande do Norte pela técnica de PCR e, em seguida, o diagnóstico foi confirmado por sequenciamento de DNA. Com formas de transmissão iguais às da dengue e chikungunya, a febre zika é caracterizada por sintomas que incluem dores nas articulações, febre moderada, pequenas manchas vermelhas pelo corpo e dores de cabeça e atrás dos olhos. Apesar de a doença, em geral, se manifestar de maneira branda, os autores do artigo alertam que as autoridades de saúde pública brasileiras devem ficar atentas ao risco de expansão do vírus no país. O Brasil reúne condições para o avanço da doença: grande mobilidade populacional e presença do mosquito vetor. Além disso, a população brasileira ainda não possui proteção imunológica contra o vírus. Análises iniciais sugerem que o vírus encontrado seja da linhagem asiática, porém mais estudos são necessários para identificar como o vírus foi introduzido em território nacional. Os especialistas acreditam que ele possa ter sido trazido por viajantes infectados durante a Copa do Mundo de 2014. Acesse o artigo completo.

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