sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O pecado do excesso: desinformação e mau uso reduzem a eficácia dos antibióticos

Consea pede fim da gordura hidrogenada em produtos

Fonte: CFN - Sexta-feira, 29 de Janeiro de 2016 


Em documento encaminhado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – Consea, recomendou que seja proibido o uso da gordura vegetal hidrogenada na formulação de produtos alimentícios, bem como sua substituição por outras substâncias que cumpram suas atuais funções e sejam prejudiciais à saúde das populações, em prol da melhoria das condições de saúde da população brasileira.

Segundo avaliação do Consea, as ações voluntárias de redução de gordura trans artificial em alimentos processados não garantiram sua eliminação e os consumidores têm dificuldades de compreender a informação sobre a presença da gordura trans na rotulagem de produtos alimentícios. Também aponta que as gorduras vegetais hidrogenadas são a principal fonte de gordura trans artificial nos alimentos industrializados e que, desde 2004, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a eliminação total da gordura trans artificial da alimentação, tamanho são os seus malefícios à saúde, principalmente em relação aos riscos de doenças cardiovasculares, o que já foi, inclusive, efetivado por vários países, como Argentina, Dinamarca e Estados Unidos.

Vale destacar que, de acordo com dados levantados por pesquisa do governo para traçar o perfil de saúde da população brasileira, mais da metade dos adultos e um terço das crianças apresentam excesso de peso e crescimento no número de pessoas – cada vez mais jovens – com doenças crônicas não transmissíveis como hipertensão, doenças cardiovasculares e diabetes.

Além disso, o Consea detalha na recomendação que houve significativo aumento da participação de produtos alimentícios ultraprocessados na alimentação do brasileiro (27,8% no Brasil como um todo em 2008/09), que em geral, possuem perfil nutricional desfavorável à saúde, ou seja, com teores elevados de gordura, açúcar, sódio e densidade de calorias.

“A recomendação do conselho mostra que a sociedade está se mobilizando para definir, juntamente com os órgãos reguladores do governo, os rumos da utilização da gordura trans em nosso país”, analisa a vice-presidente da Asbran, Ana Maria Bartels, que também é conselheira suplente do Consea, representando a Associação. Ela acrescenta que no próximo mês de março está prevista pela Anvisa audiência pública para tratar do tema, oportunidade em que a Asbran manifestará sua posição.

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