Sexta-Feira, 29/01/2016
Foi criado na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará o Núcleo de Medicina Integrativa (Numi), aprovado pelo Departamento de Medicina Clínica em reunião realizada na terça-feira (26), que passa a constituir importante espaço de formação para os alunos daquela unidade acadêmica.
O Numi ficará sob a coordenação da Profª Paola Tôrres, médica onco-hematologista com formação em Medicina Integrativa pela Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, com mestrado e doutorado em Farmacologia pela UFC.
O Núcleo reunirá uma série de projetos de extensão e de pesquisa desenvolvidos desde 2013 na Universidade, como o de Práticas Somaestéticas Integrativas do Corpo Pentelementar (P5INCO), criado pelo Núcleo de Integração Somaestética (NISE), sob a coordenação do Prof. Francisco Silva Cavalcante Júnior, do Instituto de Educação Física e Esportes (Iefes), e o Projeto Transdisciplinaridade, Ecologia de Saberes, Currículo, Educação e Resistência (TECER), coordenado pela Profª Patrícia Limaverde, do Departamento de Biologia da Universidade Estadual do Ceará (UECE).
MUDANÇA DE PARADIGMA – Organizada como movimento de pesquisa dentro de universidades americanas desde meados dos anos 1970, a Medicina Integrativa propõe uma mudança de paradigma no tratamento médico, que deixa de ter a doença como ponto principal da atenção e passa a compreender o adoecimento do paciente em suas relações causais interdependentes de mente, corpo e espírito.
Na Medicina Integrativa o paciente (nesse paradigma, denominado de pessoa) é visto como agente responsável por sua melhora e o conceito da cura é ampliado para o restabelecimento do bem-estar físico, mental e social, conforme preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Na definição do Consortium of the Academic Health Centers for Integrative Medicine, “a Medicina Integrativa é a prática que reafirma a importância da relação entre médico e paciente, com foco na pessoa como um todo, embasada em evidências, e que usa de todas as abordagens terapêuticas apropriadas para alcançar saúde e cura”.
O médico Andrew Weil, um dos pioneiros da Medicina Integrativa e diretor do programa na Universidade do Arizona, explica a prática “como aquela que utiliza todos os tipos de terapias consagradas cientificamente, sejam oriundas da medicina convencional ou de sistemas médicos não tradicionais, para prevenir e tratar doenças e promover o bem-estar do paciente”.
COMPLEMENTARES – No Brasil, uma portaria do Ministério da Saúde criou em 2006 a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PIC), normatizando a oferta de tratamentos complementares no Sistema Único de Saúde (SUS) com os serviços de acupuntura, homeopatia, termalismo, plantas medicinais e fitoterapia. Atualmente, dados do Ministério da Saúde mostram que o SUS faz, em média, 385 mil procedimentos de acupuntura e mais de 300 mil de homeopatia por ano. A oferta desses serviços está disponível em cerca de 1.200 municípios brasileiros.
EXTENSÃO E PESQUISA – A principal atividade do Numi consiste nas ações de extensão e de pesquisa do Programa Intensivo Integrativo de Apoio e Revitalização (PRIINTAR) para pacientes em tratamento oncológico, que utilizam práticas integrativas e complementares, como meditação, ioga, terapias corporais e aconselhamento, na promoção da saúde de pacientes portadores de câncer.
Desse modo, os estudantes de Medicina e de outros cursos passam a ter contato com novas abordagens de tratamento centrado na pessoa, além do modelo biomédico classicamente ensinado.
O PRIINTAR é oferecido gratuitamente, em Fortaleza, no Instituto Roda da Vida, uma organização não governamental de caráter filantrópico e a primeira clínica de Medicina Integrativa do Brasil reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e pelo Conselho Nacional de Saúde. Tem como presidente a médica Paola Tôrres.
Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional – Universidade Federal do Ceará
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