As mulheres no Brasil possuem um papel fundamental na agricultura familiar, responsável por boa parte dos alimentos consumidos pela população brasileira, como 87% da mandioca e 70% do feijão. Nesse contexto, são principalmente elas que se envolvem com a agroecologia, produzindo alimentos saudáveis e diversificados, sem utilizar agrotóxicos, conservando as sementes, cultivando plantas medicinais e contribuindo para o fortalecimento da biodiversidade. Elas representam um grande número dentre os produtores, mas possuem ainda mais dificuldade para se inserir no mercado como protagonistas de sua própria produção.
Essas foram alguma reflexões que motivaram o seminário “Gênero e Mercados Inclusivos” promovido pela agência ecumênica de cooperação britânico-irlandesa Chirstian Aid e seus parceiros Sempreviva Organização Feminista (SOF), Comissão Pró-Índio de São Paulo (CPI-SP), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Realizado em 2015, na cidade de São Paulo, reuniu cerca de 25 mulheres entre agricultoras familiares, indígenas, trabalhadoras assentadas, atingidas por barragens e representantes dessas entidades e movimentos. Ao longo de dois dias, discutiram-se estratégias e desafios para articular auto-organização, produção e comercialização, dando visibilidade à contribuição econômica das mulheres e fortalecendo-as nesse processo.
O caderno "Mulheres do campo construindo autonomia- experiências da comercialização" é fruto de tal encontro e traz reflexões sobre o tema, a partir de diferentes vivências de grupos de mulheres rurais de todo Brasil, com foco nas experiências da comercialização.
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