sábado, 21 de abril de 2012

Rede municipal já conta com 9 medicamentos fitoterápicos nas unidades de saúde


Produtos apresentam menos reações adversas e são mais versáteis

A Secretaria de Saúde adicionou oito produtos fitoterápicos na Relação Municipal de Medicamentos (Remume), que já contava com o xarope de Guaconas farmácias da rede pública há mais de um ano. São eles as cápsulas de Cáscara Sagrada (Rhamnus purshiana), Unha-de-Gato (Uncaria tomentosa), Alcachofra (Cynara scolymus), Isoflavona de Soja (Glycine max), Garra-do-Diabo (Harpagophytum procumbens) e Espinheira-Santa (Maytenus ilicifolia), além dos géis de Aroeira (Schinus terebenthifolius) e Unha de Gato. Os novos medicamentos são produzidos à base de plantas medicinais e indicados para inflamações, dores reumáticas e equilíbrio hormonal, entre outros males.

Distribuídos nas 23 unidades de saúde de Mauá pela coordenadoria de Assistência Farmacêutica, os medicamentos só podem ser dispensados para os usuários mediante apresentação de receita médica atualizada proveniente do SUS e de cartão de usuário ou documento de identidade.

Para racionalizar e capacitar a equipe, os médicos da rede, no próximo dia 26, serão orientados sobre indicações, uso e resultados de cada substância. Assim, poderão receitar os novos produtos aos pacientes. De acordo com a Secretaria de Saúde, além de mais baratos, os fitoterápicos apresentam menos reações adversas durante seu uso pelos pacientes. Além disso, muitas vezes, um mesmo comprimido possui princípios ativos mais versáteis e evitam a necessidade de o paciente tomar diferentes produtos.

A intenção ao adotar a dispensação de fitoterápicos é integrar a medicina tradicional com a medicina complementar alternativa, uma vez que estes medicamentos têm eficácia científica comprovada e custos reduzidos. O Brasil, rico em biodiversidade, foi um dos 188 países que assinaram o acordo estabelecido no âmbito da Organização das Nações Unidas para a conservação da diversidade biológica, utilização sustentável de seus componentes e repartição justa e equitativa dos benefícios da utilização dos recursos genéticos. No mesmo documento, ressalta-se a importância dos conhecimentos tradicionais de povos indígenas e comunidades locais para o alcance destes objetivos.

A dispensação de medicamentos à base de plantas medicinais e fitoterápicos na rede pública é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) desde a Conferência Internacional sobre Atenção Primária em Saúde, realizada em 1978, em Genebra, na Suíça. Em concordância com a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, do Governo Federal, 12 produtos já constam na Relação Nacional de Medicamentos (Rename) do Ministério da Saúde. Destes, três passaram a integrá-la neste mês. 

A dona de casa Maria do Socorro da Silva tem problemas asmáticos e tradicionalmente fazia o xarope de Guaco com uma receita caseira. Agora, com a receita médica, ela pode receber o medicamento diretamente na farmácia da Unidade de Saúde do Jardim Guapituba, apresentando a receita do clínico geral. “Os fitoterápicos são melhores porque apresentam menos efeitos colaterais e encontrá-los prontos e perto de casa ajuda bastante”, disse.

A Assistência Farmacêutica da Secretaria de Saúde de Mauá recebeu, por dois anos consecutivos, em 2010 e 2011, as primeiras colocações do Prêmio Nacional de Incentivo ao Uso Racional de Medicamentos, do Ministério da Saúde.


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