sábado, 21 de abril de 2012

Pesquisa com planta mulungu integra livro editado na Croácia

Diana Monteiro - jornalista

A pesquisa “O estudo fitoquímico e avaliação antinociceptiva e anti-inflamatória da planta Erytrhina mulungu”, da mestre em Ciências pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Mariana Santos Gomes de Oliveira, virou um capítulo em um livro científico editado na Croácia e lançado internacionalmente no último mês de fevereiro. A planta mulungu na medicina popular é utilizada com ação anti-inflamatória para o combate a diversas doenças, e o capítulo elaborado pela pesquisadora alagoana tem como tema “Uma revisão fitoquímica e etnofarmacológica do gênero Erythrina”.

A boa aceitação do livro intitulado de Phytochemicals - A Global Perspective of Their Role in Nutrition and Health (Fitoquímicas – Uma Perspectiva Global e seu Desenvolvimento em Saúde e Nutrição), no mundo científico é destacada pela pesquisadora Mariana Gomes devido aos mais de 200 acessos registrados na internet em menos de um mês do lançamento, a maior parte deles feita pelos Estados Unidos, China e Brasil .

O livro é composto por 26 capítulos e o artigo da pesquisadora alagoana, em inglês, pode ser acessado pelo link http://www.intechopen.com/articles/show/title/a-phytochemical-and-ethnopharmacological-review-of-the-genus-erythrina.

“Ter um capítulo em um livro de publicação internacional significa um reconhecimento ao meu trabalho e à minha contribuição científica às pesquisas nas áreas de Saúde e Nutrição. Agradeço especialmente ao meu orientador do mestrado, professor João Xavier, pelo estímulo recebido”, frisa Mariana, informando que fez uma ampla consulta tanto na literatura relacionada ao estudo biológico quanto na literatura popular. Também são co-autores do capítulo do livro os professores Antônio Euzébio Goulart Sant'Ana, do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB), Magna Suzana Alexandre Moreira, do Instituto de Ciências Biológicas (ICBS) e o mestrando Pedro Gregório Vieira Aquino, do IQB.


Testes comprovam eficiência

A pesquisadora Mariana Oliveira informa que os estudos científicos realizados durante dois anos para comprovarem os efeitos analgésicos e anti-inflamatórios da planta Erythrina mulungu obedeceram quatro fases com minuciosos testes em camundongos. A pesquisa para o isolamento dos constituintes da planta foi no Laboratório de Pesquisas em Recursos Naturais, do IQB, coordenado pelo professor Euzébio Goulart S'Antana, e os testes em camundongos, com a inoculação de extratos de várias partes da planta mulungu para avaliar o potencial do anti-inflamatório da planta, ocorreram no Laboratório de Farmacologia e Imunidade do ICBS, coordenado pelaa professora Magna Suzana Moreira.

Uma das fases do estudo científico para a comprovação da eficiência da planta mulungu foi o teste da contorção abdominal dos camundongos, denominado cientificamente como teste de provocação da nocicepção (dor), induzida por ácido acético. “Por via oral aplicou-se nos animais o extrato da planta e após 40 minutos injetou-se o ácido acético por via intraperitonial [abdômen], para observarmos, após dez minutos, quantas vezes os camundongos se contorciam e constatamos o efeito positivo da planta na redução da dor”, explica Mariana.

Ela acrescenta que também constou da pesquisa o teste denominado de ensaio de nocicepção induzida por formalina, que é uma substância causadora do processo inflamatório e dor, aplicada por via subcutânea na pata traseira dos camundongos. “Identifica-se a dor causada pela formalina pelas lambidas do animal na pata. Outro teste realizado foi o de provocação de peritonite nos camundongos e em ambos os casos comprovou-se a eficácia da planta mulungu no combate a dor e ao processo inflamatório”, afirma a pesquisadora Mariana.



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