sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Destaques do artigo "Allium sativum L. na prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares" publicado na Revista BIOFAR (volume 7, n.2)

Título: Allium sativum L. na prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares
Autores: Fabiana Campos Chagas, Jaqueline Fonseca Zanetti, Vanessa Cruz de Oliveira, Raquel dos Santos Donatini

Textos retirados do artigo

A literatura disponível cita até o momento cerca de trinta substâncias já isoladas do alho, sendo que a maioria dos efeitos biológicos é atribuída aos compostos organossulfurados. 

Entre as substâncias mais importantes estão aliina, alicina e ajoeno (Butt et al., 2009). O quadro 1 apresenta os compostos sulfurados e não-sulfurados já identificados no alho, bem como a respectiva atividade biológica de cada um deles.

 
Os bulbos desse vegetal contem elevadas quantidades de g-glutamil-S-alil-L-cisteína e S-alil-L-cisteína sulfóxido (aliina) que são considerados precursores de outras substâncias, pois sofrem reações por vias separadas e dão origem a diferentes compostos (Khoo; Aziz, 2009).

A aliina, através da maceração ou esmagamento, é convertida em alicina pela ação da enzima aliinase. No caso de alho na forma de cápsulas, a aliina é convertida em alicina somente quando chega ao intestino. A alicina é bastante instável e se decompõe em compostos sulfurados, entre os quais se encontra principalmente o ajoeno (Turner; Molgaard; Marckmann, 2004).

Já o g-glutamil-S-alil-L-cisteína é convertido S-alilcisteína, outra substância que possui grande importância terapêutica (Amagase, 2006). Um esquema deste processo está representado na figura abaixo.

 Considerações finais dos autores

O levantamento dos estudos indicam que o alho é um importante aliado contra as doenças cardiovasculares, quando associado a uma dieta adequada e estilo de vida saudável. Seu uso é seguro, apresenta toxicidade muito baixa e efeitos colaterais não significativos. Através de mecanismos diversos sua ação é exercida por intermédio de determinadas substâncias, as quais desempenham papel importante impedindo a formação de radicais livres, reparando lesões ou protegendo a integridade da membrana celular. Também há diminuição da hipertensão arterial provavelmente devido a inibição da atividade da enzima conversora de angiotensina e sua ação como hipolipemiante ocorre principalmente pela inibição da HMG-CoA redutase.

Através de uma análise de dados, percebe-se que o alho possui ações benéficas sobre os parâmetros cardiovasculares, visto que sua ação é mais acentuada quando consumido na forma crua. 

Em contrapartida, algumas divergências podem ser vistas nos estudos publicados, uma resposta a esta questão seria relacionar os possíveis interferentes, tais como o ambiente de plantio, que compreende o tipo de solo, o clima da região, período de colheita e sazonalidade, também deve-se observar o modo de preparo da forma farmacêutica, modo de conservação e prazo de validade, além da população estudada, dose empregada e duração do estudo. Todas estas características podem influenciar na concentração das substâncias ativas do alho que desempenham seus efeitos benéficos. 

Portanto para que o efeito cardiovascular benéfico do alho seja comprovado é de extrema necessidade a realização de mais pesquisas padronizadas, visto que a literatura disponível apresenta certas deficiências metodológicas.


Texto completo no link:
http://eduep.uepb.edu.br/biofar/v7n2/alliumsativum.pdf

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