quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Fitoterapia atuando na clínica de grandes animais: retenção de placenta

Acadêmicos: Fabricio Pacheco, Jõao Carlos Silva, Jardel Bonissoni, José Baldini,  Luis Becker, Ricardo Kuhl
Orientadora: Claudia R. Vieira Rocha Coeli - Médica Veterinária

Texto

Introdução

Membranas fetais que não são expelidas dentro de 3h após o parto são consideradas retidas. A retenção das membranas fetais pode ser completa, mas comumente apenas o corno não gravídico apresenta a retenção. Se o corno uterino não gravídico com pequenas pregas não é observado, assume-se que ele está retido. Se quaisquer membranas estão expostas, o âmnio e o cordão não devem ser removidos devido a tensão que fornecem, necessária para que ocorra a separação  e expulsão. Membranas não expulsas dentro de 3 a 10 horas são consideradas patológicas e podem levar a metrite, endotoxemia e subsequentemente, laminite com resultados fatais. De acordo com isso, é prudente tratar a condição como potencialmente séria. Se houver distocia ou manipulação uterina traumática, tratamento agressivo para retenção de placenta deve ser instituído imediatamente após o parto.

Objetivo

Através de Terapias Complementares, tentaremos demonstrar a eficácia de alguns fitoterápicos de fácil acesso em nossa região, que segundo pesquisas, produzem no animal o mesmo efeito que os produtos químicos, com a vantagem de serem mais baratos, ou até mesmo sem custo algum, e com menor período de carência da substância nos derivados de origem animal.

Métodos

Arruda (Ruta graveolens): Infusão das folhas  em água fervendo e deixar  10min, servir como bebida morna.
Modo de usar: Quantidade de folhas por animal: 
- Égua e vaca: 60 a 120 gramas em 1L de água.
- Ovelha cabra e porca: 15 a 30 gramas em meio litro de água.
- Cadela: 3 gramas em 100mL de água. 

Tansagem (Plantago major), utiliza-se 45 gramas de folhas e raízes em 3L de água fervente. Modo de preparar: derramar a água fervente sobre as folhas e raízes, deixar em infusão por  10min. 
Esta porção é para ser usado em 24 horas, 3 vezes ao dia. Usar até segundas recomendações médicas. 

Inseticida de fumo e sal: ingredientes: 50g de fumo de corda picado, 2 colheres de sal, um litro de água. Juntar o fumo picado e o sal na água e colocar para ferver por uma hora em fogo baixo. Depois de frio, coar. Banhar o animal com esta mistura, preservando olhos e boca. 

Análise

Logo após ao parto, entramos com a medicação fitoterápica mais como prevenção, pois como o animal já  possuía um histórico de retenção de placenta, preferimos não esperar a     casuística. A liberação da placenta se deu em 4 horas após o nascimento do bezerro.O uso do inseticida a base de sal e fumo, foi mantido por 3 dias.

Conclusão

Concluiu-se que o tratamento foi eficaz, pois como a retenção é caracterizada à partir de 3 horas após o nascimento, e neste caso levou pouco mais de 4 horas, é sinal de que realmente ocorreu a retenção de placenta, e como o tratamento foi imediato, pode-se considerar que houve  êxito no procedimento.
O inseticida também demonstrou eficácia, pois não houve proliferação de miíases no local.
Portanto, podemos concluir que o tratamento além de eficaz, é  rentável, e de fácil produção.
A fitoterapia tem contribuído nos tratamentos de patologias de grandes animas.

Referências


Manual Merk de Veterinária. [organizadora Cyntia M. KAHN]. 9 ed. São Paulo: Roca, 2008.


Alternativas Ecológicas Para Prevenção de Pragas e Doenças. BURG, Inês Claudete; MAYER, Paulo Henrique; 30 edição, pag: 99-103; 2006. 

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