Padronização pode ajudar outras pesquisas (Foto: Divulgação)
O grupo de pesquisas Q-Bioma da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) iniciou estudos para encontrar formas de padronização de óleos de espécies vegetais da Amazônia, normalmente utilizados na medicina popular, na produção de perfumaria e em cosméticos.
A pesquisa, realizada no âmbito do Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR), financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), consiste em estudar a composição química dos óleos oriundos da copaíba (Copaifera multijuga), pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) e da casca-preciosa (Aniba canelilla), tentando identificar possíveis marcadores (compostos químicos) para, em seguida, agrupá-los por similaridade, visando a uma padronização.
Foto 1 - Óleo de copaíba desperta interesse nas áreas medicinal e de biocosméticos
De acordo com coordenadora da pesquisa, professora doutora Larissa Silveira Moreira Wiedermann, esses tipos de óleos têm uma composição química muito variada devido a fatores como o solo, o clima e a espécie, o que dificulta a elaboração de uma técnica de manejo eficaz. “É um desafio para nós, pesquisadores, devido as modificações rotineiras da composição química dos óleos”, afirmou.
Técnica
Wiedermann explicou que a ideia é fazer uma padronização por meio de técnicas de cromatografia gasosa e espectrometria de massas, métodos analíticos que consistem na separação e identificação de compostos. Em seguida, serão analisados hierarquicamente por agrupamentos por meio de estatística multivariável, para identificar a similaridade das amostras.
“Hoje, nada nos garante que um óleo será igual a outro retirado depois de certo período. Se conseguirmos obter uma característica similar já é um início”, salientou Wiedermann.
A pesquisadora também afirmou que, por não ter uma padronização, nem uma certificação de qualidade, o potencial econômico dos óleos não é corretamente explorado. "Existem óleos que são comercializados de forma misturada com outros tipos de óleos causando com isso modificações em sua composição química", observou.
Sobre o DCR
O Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR) consiste em apoiar, com bolsas, passagens e auxílio, doutores titulados em outros Estados e no Amazonas, interessados em desenvolver pesquisas em instituições localizadas no Amazonas.
Wiedermann, que é do Estado do Rio de Janeiro e hoje desenvolve pesquisas na Ufam, destacou o Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR) da FAPEAM ao afirmar que a iniciativa deu-lhe a oportunidade de mostrar seu trabalho na área científica e é de fundamental importância para o desenvolvimento do Amazonas. “Já fixei residência, fui aprovada em concurso público para a Ufam e agora também sou professora adjunta do departamento de Química”.
Carlos Fábio Guimarães – Agência Fapeam
Janeiro de 2013
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