Mas fiscalizações do CREA revelam que falta assistência técnica para agricultores
21/08/13
Da crendice à cura: uso de ervas medicinais cada vez mais comuns e eficazes (foto: Franklin de Freitas)
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR) promove hoje, às 9h30, na Mandiervas Indústria e Comércio de Ervas Medicinais, em Mandirituba, uma Operação de Fiscalização Especializada de Plantas Medicinais. É apenas uma das fiscalizações que o conselho vem realizando em todo o Paraná. O objetivo é fazer um levantamento de dados desta cadeia produtiva, verificando desde os cultivos no campo até as etapas que compõem o beneficiamento. O Paraná é o principal produtor de plantas medicinais do País, sendo responsável por aproximadamente 90% da produção brasileira. Além de atacadistas, ervanários e farmácias de manipulação, o mercado de plantas medicinais também está associado a indústrias diversas, como a farmacêutica, de cosméticos e perfumaria, de alimentos e bebidas, entre outras. As primeiras fiscalizações do CREA apontam que apesar do Estado ser o principal produtor, ainda falta assistência técnica para que os agricultores aprimorem as culturas.
O Estado produz 15 mil toneladas/ano, retiradas de uma área de três mil hectares, com a participação de 1.100 agricultores familiares na atividade.
“Independente se in natura ou processadas, é de fundamental importância que as plantas medicinais comercializadas atendam a padrões de qualidade, de forma que suas propriedades terapêuticas e aromáticas sejam asseguradas, além de estarem livres de contaminação por impurezas”, explica a gerente do Departamento de Fiscalização (DEFIS) do CREA-PR, Vanessa Moura.
Na semana passada, o Crea esteve na Coopaflora (Cooperativa de Produtos Agroecológicos, Florestais e Artesanais de Turvo). A cooperativa é formada por 120 produtores, sendo 80 deles agricultores familiares de Turvo, e outros 40 residentes no município vizinho, Boa Ventura de São Roque. Possui uma pequena agroindústria para embalar os produtos numa localidade rural a cerca de sete quilômetros de Turvo e a sede no parque industrial da cidade, onde ficam os equipamentos para a secagem e à armazenagem de cerca de 32 espécies de plantas medicinais. Entre elas estão a sálvia, o alecrim, a camomila, a manjerona, manjericão, alcachofra, menta, melissa e orégano. De acordo com a direção da Coopaflora, toda a produção é orgânica.
“A fiscalização também quer mostrar que a assistência técnica no Paraná está deficitária em recursos humanos. A maior parte da produção da cadeia de plantas medicinais no Estado é realizada por pequenos produtores, que dependem do cooperativismo e do acompan hamento técnico para o sustento de suas famílias”, disse o agente de fiscalização Ricardo Araújo.
FONTE DE RENDA E SUSTENTABILIDADE
Há cinco anos, a produção de plantas medicinais tornou-se a principal fonte de renda da família da agricultora familiar Roseli Eurich, 49 anos. Na propriedade de 21 hectares, localizada em Arvoredo, há oito quilômetros de Turvo, no Paraná, Roseli, seu marido Sidney e seu filho Max Gustavo cultivam alcachofra, melissa, alecrim, capim limão, orégano e tomilho. No primeiro ano de atividade, a família obteve uma renda mensal média de R$ 90,00.
Cinco anos depois, passou para R$ 1,2 mil. “Na época da melissa, tiramos entre R$ 3 mil e R$ 4 mil durante três a quatro meses”, destaca. Na propriedade, também são produzidos alimentos para consumo da família, como feijão, milho, ovos e legumes.
Uma das características da propriedade da família Eurich é a sustentabilidade. Toda a produção é agroecológica, com certificação orgânica pela Ecocert. Roseli lembra que a propriedade conta com 70% de cobertura vegetal. Permite agregar valor em pequeno espaço de 1 hectare. O cultivo de plantas medicinais também contribui para a preservação da mata. A diversidade de culturas assegura, em caso de mau tempo, como geadas, mais opções de comercialização.
A produção de plantas medicinais na região de Turvo está amparada na estruturação dos processos de comercialização e assistência técnica. A comercialização é feita por meio da Cooperativa de Produtos Agroecológicos, Artesanais e Florestais de Turvo (Coopaflora), fundada pelos próprios produtores que conta com 86 associados. Desde 2005, o Instituto Agroflorestal Bernardo Hakvoot (IAF) desenvolve atividades de assistência técnica para estruturar a produção agroecológica de plantas medicinais, condimentares e aromáticas, e formação de sistemas agroflorestais. Atualmente, 160 famílias agricultoras são atendidas pelo IAF nos municípios de Turvo, Boa Ventura de São Roque e Iretama, no Paraná.
O produtos são comercializados para indústrias de cosméticos, fármacos e chás.
SERVIÇO
Lista completa de ervas medicinais:
Coma conqui - site do Ministério da Saúde que trata de Fitoterapia:
Coopaflora:
http://www.arvoredobrasil.com.br/ Site da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA)
Link sobre Plantas Medicinais e Fitoterápicos:
Link:
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