sábado, 14 de setembro de 2013

Uma espécie frutífera "quatrocentona" em quintal de Belo Horizonte

Texto:


Marcos Roberto Furlan
Sayury Meireles

Na capital mineira ainda podemos encontrar amplos quintais, com espécies ornamentais, condimentares e até medicinais. Em poucos iremos encontrar frutíferas nativas, principalmente pelo espaço que exigem e devido à dificuldade de saber cultivá-las. Também tem o fato da maioria das pessoas não saber como utilizá-las. 

Mas em um quintal encontramos a frutífera uvaieira, a qual produz frutos chamados de uvaia ou uvalha. Seus frutos amarelos são um bocado ácidos, mas adocicados e vão bem em sucos, geleias e compotas, mas o consumo tem que ser rápido devido à sua alta perecibilidade. 

A uvaieira, assim como a pitangueira (Eugenia uniflora) e a goiabeira (Psidium guajava), pertence à família Myrtaceae e o seu nome científico é Eugenia pyriformis Cambess. É uma espécie nativa e a espécime da foto, encontrada no quintal, possui aproximadamente 3 metros de altura e o início da sua frutificação começa em setembro, prolongando até novembro. 
Uma frutífera que tem uma longa história 

As informações, assim como a figura abaixo, sobre os aspectos históricos da uvaia foram obtidos da excelente tese intitulada "Soma térmica como condicionadora quantitativa da tolerância à dessecação e da germinação, na produção de sementes de Eugenia pyriformis Cambess, do pesquisador Edmir Vicente Lamarca (http://www.biodiversidade.pgibt.ibot.sp.gov.br/Web/teses/2013/Pdf/Edmir_Vicente_Lamarca_DR.pdf), publicada nesse ano. 

De acordo com Lamarca (2103), a uvaieira, a qual denomina também de ubaieira, possui um considerável volume de registros, não apenas científicos, demonstrando a sua ampla utilização, como, por exemplo, a sua madeira como fonte de energia, as flores na apicultura e os frutos na alimentação. 

A história da uvaia (figura abaixo) começa já nas primeiras expedições marítimas realizadas à América durante a Idade Moderna (século XVI ao XVIII) que permitiram aos exploradores e viajantes europeus o contato com as plantas “incultas” utilizadas pelos ameríndios (LAMARCA, 2013). 

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