terça-feira, 14 de janeiro de 2014

FAO: iniciativas agroambientais no Brasil ajudam a integrar comunidades e preservar biomas

Estudo analisa iniciativas agroambientais de Brasil, Chile, Nicarágua, México e Colômbia. Foto: ONU/John Isaac

O Brasil apresenta programas agroambientais, que incluem iniciativas para o uso eficiente da água, monitoramentos de reservas florestais e incentivos para que as pessoas tenham o hábito de conservar os principais biomas do país, que estão reduzindo o impacto da agricultura no meio ambiente, ressaltou a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) o estudo “Políticas Agroambientais na América Latina e no Caribe” lançado na sexta-feira (10).

O documento destaca seis iniciativas em curso no Brasil: o Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade, a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pnater), o Plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), o Programa Produtor de Água, o Programa Bolsa Verde e o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Todos eles têm por objetivo conservar e estimular o uso sustentável dos recursos naturais dos biomas brasileiros e aumentar a participação de agricultores familiares e grupos tradicionais, como indígenas e quilombolas, na comunidade rural do país.

Alguns programas oferecem cursos profissionalizantes que ensinam o modo de manejar certos equipamentos, proteger, conservar e restaurar os biomas e como se adaptar às mudanças climáticas. Eles também fornecem terra, equipamentos e ajuda financeira para as pessoas que gostariam de participar e preservar o meio ambiente. Além disso, com o Cadastro Ambiental Rural as propriedades rurais e seus donos são identificados juntamente com as áreas de interesse social e utilidade pública e a vegetação nativa remanescente do país. Integrando todas essas informações é possível monitorar a cobertura vegetal dos biomas e o desflorestamento em curso.

O relatório da FAO afirma que esses programas servem para aumentar o diálogo entre a população, entre as várias esferas do governo envolvidas – federal, estadual e municipal – e entre o povo brasileiro e as autoridades do país, que adaptam os projetos de acordo com a realidade das comunidades rurais.

“A pobreza e a insegurança alimentar são frequentemente associadas a ecossistemas frágeis e degradação do meio ambiente. Por isso essas medidas contribuem diretamente para a melhoria da qualidade de vida dos mais vulneráveis”, disse Hivy Ortiz, do departamento de florestas da FAO para a América Latina e o Caribe.

O estudo, que também apresenta iniciativas na Colômbia, no Chile, na Nicarágua e no México, afirma que as mudanças climáticas, a erosão do solo, a perda de biodiversidade, a desertificação e a instabilidade econômica são alguns dos desafios que devem ser superados para que a região consiga erradicar a fome e a pobreza rural.

Informe da ONU Brasil, publicado pelo EcoDebate, 14/01/2014

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