segunda-feira, 9 de junho de 2014

Barbatimão, só tem um?

Texto:

Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agrônomo
Thaís Marcondes Ferraz - Bióloga 

Barbatimão é um nome comum, tanto na medicina tradicional quanto na indústria de calçados, mas dependendo do local ou da comunidade, este nome popular pode ser referência para mais de uma espécie. Além deste nome, estas espécies também podem receber inúmeras outras denominações, como, por exemplo, barba-de-timão, casca-da-mocidade, casca-da-virgindade, iba-timão, ibatimô, ubatimó, ubatima, uabatimô, paricana, chorãozinho-roxo, verna e piçarana. No entanto, atualmente o nome barbatimão é o mais utilizado para se referir às espécies. 

A palavra barbatimão é derivada de Iba Timo de origem indígena, e que significa árvore que aperta, sendo que encontramos algumas histórias associadas ao seu uso e a mais recorrente diz respeito a sua capacidade de devolver a virgindade das moças ainda solteiras e que já iniciaram a vida sexual. 

Com exceções dos "falsos-barbatimões" dos gêneros Ouratea, Cassia ou Dimorphandra, os barbatimões pertencem ao gênero Stryphnodendron, família Leguminosae, subfamília Mimosoideae. São nativos do cerrado brasileiro e também encontrados em vários estados brasileiros. Dentre as espécies, a mais estudada do ponto de vista medicinal e também a mais conhecida é a Stryphnodendron adstringens (representada nas fotos), sendo que ela também outros sinônimos tais como: Stryphnodendron barbadetiman (Vell.), Acacia adstringens (Mart.), Mimosa barbadetiman (Vell.) e Mimosa virginalis (Arruda).

Outras espécies comumente chamadas de barbatimão são, por exemplo, S. obovatum, S. polyphythum, S. coriaceum e S. rotundifolium. Todas com potencial medicinal, mas menos estudadas do que S. adstringens.

Referências: 

Beatriz Castro Maroni; Luiz Claudio di Stasi; Silvia Rodrigues Machado. Plantas medicinais do cerrado de Botucatu: guia ilustrado. UNESP; 2006. ISBN 978-85-7139-667-8. p. 112. 

Manoel Cláudio da Silva Júnior; Gilmar Correia dos Santos. 100 árvores do cerrado: guia de campo. Rede de Sementes do Cerrado; 2005. ISBN 978-85-7238-158-1

Nenhum comentário:

Postar um comentário